Diante das tensões com Taiwan, os aviões militares chineses simularam um ataque com míssil a um porta-aviões dos EUA durante uma manobra perto da ilha.
O jornal britânico Financial Times, citando o Ministério da Defesa de Taiwan, relatou na sexta-feira que “O Exército de Libertação do Povo da China (PLA) enviou 11 aviões para o canto sudoeste da zona de defesa aérea de Taiwan em 23 de janeiro e 15 aviões para a mesma área no dia seguinte”.
Fontes a par do assunto, citadas pelo jornal, disseram que os bombardeiros e alguns dos caças envolvidos realizavam um exercício simulando um ataque ao grupo de batalha do porta-aviões USS Theodore Roosevelt.
O avião chinês permaneceu a mais de 250 milhas náuticas do porta-aviões dos Estados Unidos e os navios de guerra o acompanharam o tempo todo, acrescentam.
De acordo com outra fonte, pilotos de bombardeiros chineses H-6 puderam ser ouvidos em conversas na cabine, confirmando pedidos para o alvo simulado e lançando mísseis anti-navio contra o porta-aviões.
O Financial Times enfatizou que o que aconteceu revela que “a intensa competição militar entre a China e os EUA por Taiwan e o Mar do Sul da China não diminuiu”.
O relatório veio à tona quando o Ministério da Defesa de Taiwan informou na semana passada que o US Carrier Strike Group (CSG), liderado pelo porta-aviões USS Theodore Roosevelt, entrou no mar do sul da China.
Enquanto isso, Pequim, que considera Taiwan uma parte inseparável de seu território, pediu ao novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que não inicie uma nova “guerra fria” contra a China e pare de insistir na formação de uma coalizão contra a China.
É importante destacar que as tensões entre Pequim e Taipei aumentaram consideravelmente durante a gestão do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump (2016-2020), que priorizou o fortalecimento das relações com Taiwan, inclusive na venda de armas, apesar de em 1979 Washington ter quebrado seus laços com Taipei, que se tornaram informais, após o reconhecimento da República Popular da China.