Militares indianos vêm realizando exercícios de alto nível nos Himalaias, perto da Linha de Controle Real (LAC). A frequência destes exercícios tem aumentado após relatos de um reforço militar por parte da China desde o confronto de Doklam em 2017. A LAC é a fronteira de fato entre a Índia e a China.
O Comando Oriental da Força Aérea Indiana (IAF) anunciou importantes exercícios em aeródromos próximos à fronteira com a China para permanecer em prontidão de combate em caso de conflito.
A IAF implantou seu principal caça Su-30MKI, entre outros, durante os exercícios, declarou o Ministério da Defesa na quarta-feira.
O exercício terá lugar em duas fases, de 16 a 19 de outubro e mais tarde de 29 de outubro a 1º de novembro.
As imagens divulgadas pelo Ministério da Defesa revelaram seus aviões Su-30MKI e Hawk operando a partir de locais dispersos, inclusive Dimapur, Imphal, Guwahati, Calcutá, Pasighat e Andal.
“Os exercícios farão parte do aumento da capacitação e treinamento operacional para realizar operações a partir de locais dispersos em caso de hostilidades. O objetivo é familiarizar as tripulações da IAF com o procedimento de voar nesses aeródromos movimentados e de coordenar com os civis”, disse na quarta-feira (16) o porta-voz da IAF (Comando Oriental), comandante de ala Ratnakar Singh.
No início deste mês, dias antes da visita do presidente chinês Xi Jinping a Nova Delhi para uma Segunda Cúpula Informal, os militares indianos haviam conduzido jogos de guerra em massa no estado de Arunachal Pradesh.
No entanto, o Ministério das Relações Exteriores da China declarou que o exercício militar não decorreu em Arunachal Pradesh, mas em “Tibete do Sul”, que é o que a China chama a região.
De olho na China, a IAF ressuscitou sete campos de pouso avançados em Arunachal Pradesh nos últimos três anos.
Em setembro, a Índia também realizou jogos de guerra nas áreas de alta altitude de Ladakh Oriental com participação de tropas integradas de todos os seus serviços militares. O exercício incluiu o destacamento de forças mecanizadas com multiplicadores de força integrando plataformas de alta tecnologia.
A Índia tornou-se mais cautelosa após o destacamento pela China de bombardeiros estratégicos e mísseis de longo alcance que permitiriam facilmente ultrapassar as atuais capacidades de detecção da Índia.
“No planalto tibetano, uma série de novas bases aéreas importantes, juntamente com inúmeras pistas de aterrissagem satélite recentemente desenvolvidas, proporcionam à Força Aérea chinesa a capacidade de executar operações ofensivas através dos Himalaias”, comentou Jagannath P. Panda, pesquisador do Instituto de Estudos e Análise da Defesa, sediado em Delhi.
A Índia e a China partilham uma fronteira de quase 4.000 km com grande parte da mesma em disputa, incluindo perto de Arunachal Pradesh, a que a China chama de Tibete do Sul.
Fonte: Sputnik.