O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, voltou a fazer ameaças contra a Ucrânia durante uma entrevista à agência Tass nesta terça-feira (27) e disse que Kiev precisa “desmilitarizar” inclusive as áreas ocupadas pelas tropas russas no território ucraniano.
“O inimigo está bem consciente das nossas propostas sobre a desmilitarização e a desnazificação dos territórios controlados pelo regime de Kiev, a eliminação das ameaças à segurança da Rússia e que inclui nossos novos territórios – Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia. Não há muito o que fazer: aceitar essas propostas ou o Exército russo vai resolver essa questão”, afirmou o chanceler.
A proposta russa já foi amplamente rejeitada por Kiev e aliados, que exigem que os russos deixem as áreas invadidas e retirem suas tropas do território antes de se sentar à mesa de negociação.
Lavrov voltou a repetir acusações que o Kremlin faz desde fevereiro, quando iniciou a guerra no país vizinho. Segundo o ministro, o “Ocidente” quer a “total repressão” dos russos e isso “provoca riscos de um confronto armado direto entre potências nucleares”.
Além disso, pontuou que Washington tem um plano de fazer “um ataque destrutivo para decapitar o governo” russo, ou seja, “uma ameaça de tentativa de homicídio contra o presidente russo”, Vladimir Putin. Lavrov ressaltou que essas informações foram repassadas por “funcionários anônimos do Pentágono”.
O russo acusou EUA e União Europeia de não quererem a paz e afirmou que os norte-americanos estão “fazendo de tudo para tornar o conflito mais violento” ao fornecer armas para os ucranianos. Já sobre os europeus, Lavrov disse que a Rússia não tem mais nenhuma intenção de fazer “projetos comuns” com a UE.
O governo russo está isolado no cenário internacional por conta da guerra, contando apenas com aliados menores como o Irã, a Coreia do Norte e Belarus. Nem mesmo a China, que tem uma rivalidade histórica com os EUA, se dispôs a ajudar os russos com armamentos ou equipamentos militares – apenas se abstendo ou votando a favor dos russos em pleitos políticos na ONU.
Fonte: ANSA.