O chefe de política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, pediu neste sábado a Israel que reconsidere seus planos de construir milhares de unidades residenciais em Jerusalém Oriental, enfatizando que tais ações são ilegais sob o direito internacional.
No início desta semana, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que 2.200 unidades habitacionais seriam construídas na área de Har Homa, em Jerusalém Oriental. Também seriam construídos mais assentamentos no bairro Givat Hamatos e em outras áreas, segundo Netanyahu.
“Como exposto claramente em numerosas ocasiões pela UE, inclusive nas conclusões do conselho, tais medidas reduziriam a contiguidade geográfica e territorial entre Jerusalém e Belém, isolariam as comunidades palestinas que moram nessas áreas e ameaçariam a viabilidade de uma solução de dois Estados, com Jerusalém como capital dos dois Estados”, afirmou Borrell em comunicado.
A Palestina denunciou a decisão de Israel de construir milhares de unidades residenciais nos bairros de Jerusalém Oriental, com o porta-voz presidencial Nabil Abu Rudeineh chamando os planos de construção de “uma destruição sistemática da solução de dois Estados”.
“Os assentamentos são ilegais de acordo com o direito internacional. A UE não reconhecerá nenhuma mudança nas fronteiras anteriores a 1967, inclusive em relação a Jerusalém, além daquelas acordadas pelas partes. Apelamos a Israel que reconsidere esses planos“, enfatizou Borrell.
Na sexta-feira, o chefe de política externa da UE realizou uma reunião com o ministro das Relações Exteriores da Palestina, Riad Malki, em Bruxelas, discutindo o plano de paz dos EUA no Oriente Médio. Borrell confirmou o compromisso contínuo da UE com uma solução negociada de dois Estados.
No mês passado, o presidente dos EUA, Donald Trump, apresentou seu plano de paz no Oriente Médio que previa Israel anexando os assentamentos na Cisjordânia e no vale do Jordão e mantendo Jerusalém como sua capital. O plano foi rejeitado pelos líderes palestinos.
Borrell criticou repetidamente a nova proposta de acordo de Washington, dizendo que ela é contrária ao direito internacional e às resoluções do Conselho de Segurança da ONU.