O apoio à chamada “independência de Taiwan” será visto como um desafio à soberania da China, alertou nesta quinta-feira (7) o ministro das Relações Exteriores do país, Wang Yi, ao ser questionado sobre uma possível escalada de tensões após as eleições realizadas na ilha.
“As eleições regionais em Taiwan são apenas eleições locais na China. Os resultados não mudarão o fato básico de que Taiwan é parte da China, nem mudarão a tendência histórica de que Taiwan retornará à sua pátria”, declarou.
Ainda conforme o ministro chinês, “mais de 180 países e organizações internacionais reafirmaram o compromisso com o princípio de uma China única”, além de apoiarem a “China na defesa da soberania nacional e da integridade territorial”.
“Se ainda houver pessoas que toleram e apoiam a independência de Taiwan, estão desafiando a soberania da China. Se determinado país insistir em manter relações oficiais com Taiwan, está interferindo nos assuntos internos da China”, enfatizou.
O alto diplomata indicou que “é apenas uma questão de tempo” até que a comunidade internacional apoie plenamente a reunificação dos dois territórios. Segundo Wang, “o comportamento separatista é o fator mais destrutivo para a paz e a estabilidade através do estreito de Taiwan”.
“Nossa política é muito clara: continuar a lutar pela perspectiva de uma reunificação pacífica com a maior sinceridade. Nossa conclusão também é muito clara: nunca permitiremos que Taiwan se separe da pátria”, afirmou.
Wang acrescentou que “qualquer pessoa” na ilha que atue pela “independência” de Taiwan “será derrotada pela história”, enquanto “qualquer pessoa na comunidade internacional” que se posicione a favor “certamente sairá prejudicada e sofrerá as consequências”.
Risco à estabilidade da região
As tentativas do governo de Taiwan de obter independência e armas com a ajuda dos EUA criarão um risco militar no estreito de Taiwan, declarou a porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, Zhu Fenglian, no fim de fevereiro.
O Departamento de Estado norte-americano chegou a aprovar a venda de equipamentos de comunicação para Taiwan no valor de US$ 75 milhões (R$ 370 milhões).
“Nós nos opomos fortemente às vendas de armas dos EUA para a região de Taiwan. Essa posição é consistente e clara”, disse Zhu Fenglian em uma coletiva de imprensa.
A autoridade ainda observou que a China apela aos EUA que respeitem o princípio de “uma só China” e os três comunicados conjuntos sino-americanos, além de cessar as vendas de armas a Taiwan.