O Ministério de Defesa da China afirmou nesta sexta-feira (12) que o Exército do país está em alerta e vai tomar todas as ações para “esmagar” qualquer plano de independência de Taiwan.
O Exército vai defender a soberania e integridade territorial chinesas de forma decidida, disse Zhang Xiaogang, um porta-voz do Ministério da Defesa. Ele afirmou isso ao responder um comentário de um jornalista sobre uma melhoria da frota aérea de Taiwan, que tem planos de comprar ainda mais aeronaves dos Estados Unidos.
O Ministério da Defesa da China disse que, mesmo com a compra de armas dos EUA, o partido independentista de Taiwan “não pode deter a tendência de reunificação completa da pátria”.
A China afirma que Taiwan faz parte de seu território. Os chineses sempre deixaram claro que não descartam usar a força para reintegrar a ilha ao território da China continental.
Haverá eleições presidenciais em Taiwan no sábado (13). O partido pró-independência, que está no poder, é o favorito para vencer.
O governo da China tem um Gabinete de Assutos para Taiwan. Esse órgão afirmou nesta quinta-feira que a independência de Taiwan é “incompatível com a paz no Estreito de Taiwan e é contrária aos interesses e bem-estar do povo de Taiwan”.
Eleições no sábado
Dezenas de milhares de pessoas participaram dos últimos comícios pré-eleitorais em Taiwan nesta sexta-feira (12). Além da votação para presidente, os eleitores também vão escolher um novo Parlamento.
Taiwan, uma ilha vizinha que a China reivindica como sua, tem sido uma história de sucesso democrático desde que realizou sua primeira eleição presidencial direta em 1996, o ponto culminante de décadas de luta contra o regime autoritário e a lei marcial.
O Partido Democrático Progressista (PDP), que defende a identidade separada de Taiwan e rejeita as reivindicações territoriais da China, busca um terceiro mandato. O candidato é o o atual vice-presidente Lai Ching-te.
A China afirma que as eleições taiwanesas são uma escolha entre “paz e guerra” e chama o PDP de separatistas perigosos. O governo da China tem pedido aos taiwaneses que façam a “escolha certa”.
O PDP diz que a China não tem a soberania do território da ilha e afirma que somente o povo de Taiwan pode decidir seu futuro.
No período que antecedeu a eleição de sábado, a China denunciou repetidamente Lai. O candidato tentou conversar com representantes do governo chinês, mas esses rejeitaram a proposta.
Lai, que é o favorito de acordo com as pesquisas, diz que está comprometido com a preservação da paz no Estreito de Taiwan, mas acusou a China de tentar interferir na votação, espalhando desinformação e exercendo mais pressão militar e econômica sobre a ilha, que Pequim considera como território chinês “sagrado”.
Principais candidatos
Lai enfrenta dois adversários na eleição presidencial — Hou Yu-ih, do maior partido de oposição de Taiwan, o Kuomintang (KMT), e o ex-prefeito de Taipé Ko Wen-je, do pequeno Partido Popular de Taiwan (PPT), fundado apenas em 2019.
Independentemente de quem vença, a China se destaca em segundo plano.
O governo de Taiwan acredita que a China provavelmente tentará pressionar seu novo presidente após a votação na ilha, incluindo a realização de manobras militares perto da ilha nesta primavera (do Hemisfério Norte), disseram duas altas autoridades do governo.
Hou quer retomar o relacionamento com a China, começando com intercâmbios entre pessoas, e, assim como a China, acusou Lai de apoiar a independência formal de Taiwan. Lai diz que Hou é pró-Pequim, o que Hou nega.
O KMT e o PPT afirmam que Taiwan precisa de uma mudança de governo após oito anos de governo do PDP, embora um esforço dos dois partidos no final do ano passado para formar uma chapa conjunta para enfrentar o PDP tenha fracassado.
Fonte: G1.