Em meio a diversos alertas emitidos por Pequim diante das incursões dos EUA em águas asiáticas, o governo chinês é instado a aumentar sua Defesa para dissuadir a estratégia norte-americana.
Após relatos de um novo orçamento para modernização da defesa dos EUA, especialistas chineses nesta sexta-feira (28), disseram que Pequim foi advertida a aumentar o número de armas nucleares, especialmente no campo marítimo, como mísseis balísticos lançados por submarinos intercontinentais, para impedir uma ação militar potencial de Washington, segundo o The Global Times.
De acordo com a mídia, o orçamento avaliado em US$ 753 bilhões (R$ 3,9 trilhões), previsto para ser enviado ao Congresso nesta sexta-feira, deve incluir investimentos em prontidão de tropas e na Iniciativa de Dissuasão do Pacífico (PDI, na sigla em inglês). Os EUA aumentaram 1,7% de seu orçamento para Defesa em relação ao valor de 2020, segundo a mídia chinesa.
Já a China, manteve seus gastos com defesa em cerca de 1,3% do PIB nos últimos anos, o que está muito abaixo do nível global médio de 2,6%. Esse dado apontaria para o fato de que o país asiático não nunca objetivou ter os gastos militares dos EUA, e nem quer se envolver em qualquer forma de corrida armamentista, disseram os especialistas.
Porém, com uma maior pressão militar sobre a China por parte de Washington enviando navios e aviões de guerra para o mar do Sul da China e para o estreito de Taiwan, Pequim se vê obrigada a investir mais na área da Defesa, segundo o The Global Times.
O país acredita que ter um arsenal nuclear adequado ajudará a garantir sua segurança nacional, soberania e interesses de desenvolvimento, estabelecendo uma ordem mundial mais estável e pacífica, que será benéfica para o mundo, além de se defender da “ameaça norte-americana”.
Portanto, na visão dos especialistas, o fortalecimento da dissuasão nuclear estratégica baseada no mar também é uma direção importante para o futuro desenvolvimento chinês, já que essas armas são melhores em ataques nucleares furtivos e secundários. Para isso, o ideal seria aumentar o número de seus mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) mais avançados, os DF-41, que tem o maior alcance operacional entre todos, segundo a mídia.
O país asiático interpreta as incursões marítimas norte-americanas como um abuso, e ao longo desse ano, por diversas vezes, advertiu os EUA sobre essas manobras, como uma que aconteceu no último dia 20, quando Pequim supostamente expulsou um destróier dos EUA que navegava perto das ilhas Xisha, chamando os norte-americanos de “causadores de problemas” nas águas do mar do Sul da China.