A China protestou contra a aprovação pelos EUA de um possível acordo para vender a Taiwan munições para caças americanos F-16 e equipamentos no valor de mais de US$ 600 milhões (R$ 3,12 bilhões), declarou o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Tan Kefei, na sexta-feira (3).
Tan Kefei observou que “as ações dos Estados Unidos são uma interferência flagrante nos assuntos internos da China, violam gravemente o princípio de Uma Só China e as disposições dos três comunicados conjuntos sino-americanos”.
Ele acrescentou que “a China expressa seu forte descontentamento a esse respeito e já apresentou uma notificação severa aos EUA”.
“A China exige que os EUA parem a venda de armas a Taiwan e os contatos militares com Taipé, parem de interferir na questão de Taiwan e de agravar as tensões no estreito de Taiwan”, disse Tan Kefei.
Ele ressaltou que o Exército de Libertação Popular (ELP) da China sempre esteve pronto para enfrentar o inimigo com força total, para rechaçar as provocações das forças pró-independência de Taiwan e a interferência de forças externas, assim como está sempre pronto a defender resolutamente a soberania do Estado e a integridade territorial da China.
A situação em torno de Taiwan piorou após a visita da então presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, à ilha em 3 de agosto de 2022, apesar dos protestos da China, que viu o apoio de Washington aos independentistas de Taiwan àquela viagem e acabou realizando exercícios militares em grande escala ao redor da ilha.
Os laços entre a China e a ilha de Taiwan foram rompidos em 1949, depois que as forças do partido nacionalista Kuomintang sofreram uma derrota na guerra civil contra o Partido Comunista e se mudaram para aquele arquipélago.
As relações foram restauradas apenas no nível comercial e informal no final dos anos 1980. Desde o início da década de 1990, os partidos têm estado em contato através de organizações não governamentais.