A China exige que Washington cancele o seu plano de venda de armas a Taipé e rompa quaisquer contatos militares com a ilha, senão a responsabilidade pela destruição da paz e estabilidade em Taiwan caberá por completo aos Estados Unidos, afirmou na segunda-feira (18) o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Tan Kefei.
Na segunda-feira (18), o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Tan Kefei, declarou a exigência da China para que Washington cancele o seu plano de venda de armas a Taiwan e rompa quaisquer contatos militares com a ilha.
“Nos últimos tempos, a parte norte-americana várias vezes nos tem assegurado de que não apoia a independência de Taiwan. Contudo, quando se trata da venda de armas, vemos que as suas palavras diferem das suas ações, falta-lhes honestidade. A China exige que os EUA imediatamente cancelem o seu plano de venda de armas a Taiwan e rompam quaisquer contatos com a ilha. Se não o fizerem, a responsabilidade pela destruição das relações militares entre Pequim e Washington, bem como pela paz e estabilidade em Taiwan, caberá por completo aos Estados Unidos”, afirmou Tan Kefei, citado pelo Ministério da Defesa chinês.
Na semana passada, a agência norte-americana de cooperação no âmbito de segurança defensiva comunicou que o Departamento de Estado dos EUA tinha aprovado uma possível venda a Taiwan de peças e equipamento para reparações de veículos de combate e tanques, bem como o fornecimento da respectiva infraestrutura logística no valor de US$ 108 milhões (R$ 582 milhões). A agência salientou que tais medidas ajudariam a aumentar o nível de segurança de Taiwan e manter a estabilidade política, equilíbrio militar, economia e progresso na região.
“As ações dos Estados Unidos revelam por completo as suas intenções maliciosas de armar Taiwan e conter a China através de Taiwan. Exigimos que os Estados Unidos deixem de jogar a carta taiwanesa e brincar com fogo, ao interferirem na questão de Taiwan”, afirmou Zhu Fenglian a jornalistas.
Segundo a diplomata, os Estados Unidos seguem vendendo armas a Taiwan sem parar, violando a política de Uma Só China e disposições de três comunicados conjuntos.
“O Partido Democrático Progressista de Taiwan compra as armas com o dinheiro ganho com o sangue dos seus conterrâneos, tentando destruir a unidade através do armamento. Isso pode prejudicar os interesses dos nossos compatriotas em Taiwan, condenando-os a mais sofrimento”, acrescentou Fenglian.
O Ministério das Relações Exteriores chinês tem chamado inúmeras vezes a questão de Taiwan do “assunto mais sensível” nas relações entre Washington e Pequim.
As relações oficiais entre o governo central da República Popular da China e a sua província insular foram cortadas em 1949, depois de as forças de Kuomintang, lideradas por Chiang Kai-shek, terem sofrido derrota na guerra civil, com o Partido Comunista da China e se mudar para Taiwan. Os contatos informais e de negócio entre a ilha e a China continental foram retomados nos finais dos anos 1980. A partir dos anos 1990, as partes começaram a se contatar através de organizações não governamentais – a Associação do Desenvolvimento das Relações de Pequim, através do estreito de Taiwan, e o Fundo de Trocas de Taipé.