A China reagiu aos Estados Unidos nesta quarta-feira (27) e foi enfática ao afirmar que Taiwan “não tem o direito de ingressar na ONU“: “Taiwan é parte da China”.
O governo chinês considera Taiwan como parte do seu território e defende que a ilha “rebelde” deve ser reunificada — inclusive com o uso da força, se necessário.
“A ONU é uma organização intergovernamental composta por Estados soberanos”, afirmou Ma Xiaoguang, porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan em Pequim.
A declaração foi dada após o secretário de Estado americano, Antony Blinken, pedir uma maior inclusão de Taiwan nas instituições das Nações Unidas (veja mais abaixo).
Taiwan é uma ilha a menos de 200 km da China que se separou há décadas do país e tem um governo independente, que é reconhecido como um país por 15 nações — o que causa grande irritação no governo chinês.
A ilha se tornou politicamente independente da China em 1949, quando nacionalistas chineses fugiram após serem derrotados pelos comunistas (que estão até hoje no poder na China).
Enquanto a China tem um governo comunista e é o país mais populoso do mundo, com 1,4 bilhão de habitantes, Taiwan é uma república democrática de 23 milhões de habitantes cuje território é menor que Cuba.
Ponto de tensão entre EUA e China
Fonte constante de tensão entre os EUA e a China, Taiwan voltou ao centro da polêmica após Blinken lamentar que o governo da ilha esteja cada vez mais excluído da geopolítica mundial e defender a sua participação no “sistema da ONU”.
O secretário de Estado americano disse na terça-feira (26) que “uma participação significativa de Taiwan no sistema da ONU não é um tema político, mas sim pragmático”.
A declaração do chefe da diplomacia americana foi feita no “aniversário” dos 50 anos da votação da Assembleia Geral da ONU que admitiu a China na organização — e marginalizou Taiwan.
Em resposta a Blinken, Ma declarou que a República Popular da China é “o único governo que representa legalmente toda a China” e apelou aos dirigentes de Taiwan que abandonem a ideia de depender dos EUA para alcançar sua independência.
‘Consequências catastróficas’
No começo do mês, a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, alertou para as “consequências catastróficas” caso a ilha seja tomada pela China. A declaração foi dada após aviões militares chineses fazerem invasões recordes no espaço de defesa aéreo do país.
Ing-wen escreveu um artigo na revista “Foreign Affairs” que Taiwan está empenhada em defender sua democracia e que “os países reconhecem cada vez mais a ameaça que o Partido Comunista Chinês representa”.
A presidente de Taiwan também disse que, “se Taiwan cair, as consequências serão catastróficas para a paz regional e o sistema de alianças democráticas” e um sinal de que “o autoritarismo tem o controle sobre a democracia”.
Fonte: G1.