Após dois anos e meio de impasses políticos e vários atos eleitorais, será finalmente votado no parlamento de Israel o novo governo dirigido por Naftali Bennett e que é composto por uma coligação de 8 partidos.
“A assinatura destes acordos encerra um período de dois anos e meio de crises políticas. O governo irá trabalhar para todo o público de Israel: religioso, secular, ultra-ortodoxo, árabe – sem excepção, como um. Iremos trabalhar juntos, em parceria e com responsabilidade nacional, e acredito que vamos ter sucesso” – afirmou o provável novo primeiro-ministro Bennett, que porá fim a 12 anos de governação contínua de Benjamin Netanyahu. Embora tenha matematicamente ganho as eleições, Netanyahu não conseguiu mesmo assim reunir uma coligação que obtivesse os necessários 61 votos mínimos para a sua aprovação no parlamento, pelo que o presidente israelita entregou ao seu principal rival Lapid a composição de um governo.
Bennet afirmou ainda o seguinte: “O público israelita merece um governo funcional e responsável que ponha o bem do país no topo da sua agenda. É para isso que este governo de unidade foi formado. Todos os parceiros deste governo estão comprometidos acima de tudo e todos com o povo de Israel.”
Esta coligação vai trabalhar na realização de vários projetos anunciados: 2 novos hospitais, um no Negueve e outro na Galileia, um novo aeroporto, uma universidade na Galileia, ajuda à indústria turística afetada pela covid-19, construção de 300.000 novos apartamentos de baixo custo por todo o país, e um esforço para aumentar para 15% a percentagem da população ativa nas indústrias de alta tecnologia.
Este será também o primeiro governo israelita das últimas décadas a fazer um acordo com o partido árabe Ra’Am (Lista Árabe Unida). O partido árabe terá um ministro no governo, o qual lidará com as questões da população árabe. O novo governo irá investir nos próximos anos 2,5 bilhões de shekels no combate ao crime nos setores árabes, e 20 bilhões para a melhoria das infraestruturas de transportes na população árabe até 2030. Para além disso, mais 100 milhões serão também aplicados nos próximos 5 anos para projectos de infraestruturas em comunidades árabes. Três povoações beduínas ainda não legalizadas passarão a ser reconhecidas e desenvolvidas.
Foram também assinados hoje vários acordos, como a limitação do mandato do primeiro-ministro para 2 mandatos de 4 anos cada, e outros, relacionados com o transporte público aos sábados, o acesso ao Muro Ocidental, a igualdade de gênero, a descriminalização do uso da canabis, a prevenção de construções palestinianas na chamada “área C” na Judeia e Samaria controlada por Israel, e o desenvolvimento dos Montes Golã. Foram também aprovadas propostas relacionadas com o recrutamento para as forças armadas de estudantes das escolas religiosas, e a vinda de mais judeus da Etiópia para Israel.