Criar filhos é o trabalho mais difícil que existe, pode-se dizer. Não há privilégio maior do que criar a próxima geração, outro acrescentaria. Quem tem filhos ou trabalha com crianças concorda: criar filhos é uma árdua tarefa. Isso é verdade no Brasil, Reino Unido ou Estados Undos, mas também é verdade no Oriente Médio e Norte da África.
Na maioria dos casos, a família, a vila ou a comunidade pressionam o pai, a mãe e os filhos, sendo esse o principal problema relatado por pais cristãos da região, pois vivem em um ambiente predominantemente muçulmano. Nos países do Norte da África e da Península Arábica, existe apenas a nova expressão da igreja: a igreja de cristãos ex-muçulmanos. Em vários países, esses convertidos são vistos como infiéis por abandonar o islã e só podem se reunir em segredo.
Nesses países, os cristãos constituem apenas uma minoria insignificante. Em alguns deles, como Marrocos e Tunísia, os governos começaram recentemente a admitir a existência dos cristãos. Mas, de acordo com os governos e a sociedade de outros países, como Arábia Saudita, Omã e Líbia, não há nativos que seguem Jesus.
Pelo exemplo de vida, não apenas por palavras
Lina*, uma viúva síria que se tornou cristã diz: “Eu não contei a ninguém sobre minha conversão, mas todo mundo percebeu minhas visitas frequentes à igreja”. Como uma cristã ex-muçulmana, ela não podia falar abertamente sobre a fé, mas todos os seus vizinhos e amigos na cidade sabiam que ela havia entregado a vida a Jesus. Isso também vale para suas duas filhas, Rasha* e Rahaf*.
Sob o ponto de vista de Lina, as meninas simplesmente cresceram com uma mãe que se tornou uma seguidora de Jesus. “Elas viram meu relacionamento com a Bíblia Sagrada, com a oração e com a igreja”, afirma. As meninas, hoje adolescentes, também se tornaram cristãs. Isso sublinha a verdade de uma citação de James Baldwin: “As crianças nunca foram muito boas em ouvir os mais velhos, mas nunca deixaram de imitá-los”.
“Os pais cristãos da Península Arábica hesitam em compartilhar a fé com os filhos. Eles temem que a criança cantarole uma música ou diga palavras ou expressões cristãs aprendidas com os pais. Essas coisas podem ser ouvidas pelos professores das crianças ou por alguém da comunidade e levar a perguntas e à descoberta da fé dos pais”, diz Chuck*, que coordena o trabalho da Portas Abertas na região.
Na Península Arábica, os pais muçulmanos não conversam com os filhos sobre fé até os sete anos de idade; portanto, os pais cristãos seguem o mesmo costume cultural, diz Chuck.
Como os cristãos têm que viver a fé em segredo, esses pais só conseguem encontrar modelos na internet. Mas, geralmente, eles só se deparam com igrejas tradicionais que não ensinam aos pais muito a respeito de criar filhos cristãos, pois a própria igreja cuida disso. Outra coisa cultural na região é que as pessoas vivem em famílias maiores – avós, tios e tias todos vivendo no mesmo lugar – e, portanto, a família em geral está envolvida na criação dos filhos.
*Nomes alterados por segurança.
O Domingo da Igreja Perseguida será uma oportunidade imperdível de orar especificamente e como um só corpo no Brasil pelos cristãos ex-muçulmanos. Eles enfrentam muitos desafios, como a criação dos filhos em um ambiente islâmico, por isso, precisam de apoio. Juntos, podemos nos posicionar ao lado deles em orações e ações. Inscreva sua igreja no DIP, que será em 13 de setembro e faça a diferença na vida de nossos irmãos!