Se as autoridades iranianas conseguem prender um cristão, elas querem descobrir redes cristãs inteiras. “O serviço de inteligência ou a Guarda Revolucionária primeiro vasculham o computador de um cristão preso e outros dispositivos para descobrir com quais cristãos ele esteve em contato”, diz Mansour Borji, da organização de direitos humanos Article 18.
Os perseguidores também tentam obter os nomes dos cristãos de outras maneiras. “Às vezes, acontece de cristãos desabarem quando são interrogados. Durante os interrogatórios, suas famílias são ameaçadas, a menos que colaborem. Isso significa que precisam revelar informações sobre outros cristãos”, continua Mansour.
O governo também treina especificamente espiões para se infiltrarem nas igrejas domésticas. Eles fingem curiosidade e fazem perguntas sobre a fé cristã, o que lhes dá acesso às igrejas domésticas e permite que descubram quem está se reunindo.
A constante ameaça de vigilância e espionagem coloca os cristãos em um dilema: eles querem levar as pessoas a Jesus, mas, ao mesmo tempo, precisam proteger suas reuniões. É por isso que novos cristãos ou pessoas interessadas na fé geralmente não são convidados para a igreja doméstica imediatamente, mas alguém se encontra com eles em um pequeno grupo e em um local público.
Mehrdad (pseudônimo), um cristão iraniano, explica que uma pessoa solteira geralmente é o primeiro ponto de contato para potenciais novos cristãos. “Tentamos não colocar em risco a vida de quem tem esposa e filhos”, explica ele. Muitas reuniões e conversas são realizadas para verificar se a pessoa é realmente confiável, só então ela é convidada para a igreja doméstica.
Como acolher novos cristãos sem abrir mão da segurança?
De qualquer forma, os cristãos dependem da orientação de Deus. “Aconteceu várias vezes de detectarmos alguém que queria se infiltrar em nosso grupo, mas percebemos que a pessoa estava apenas repetindo frases que havia decorado e que não tinha um interesse verdadeiro. Deus nos guiou para que reconhecêssemos essas pessoas”, diz o pastor Iman.
O que a pressão constante faz com os cristãos? Como é saber que cada reunião da igreja doméstica pode terminar em prisão e tortura? “Não é como em outros países, onde você pode cantar alto, levantar as mãos e se sentir livre. Vivemos com medo de baterem na porta. Com medo de alguém ouvir. A regra mais importante: crie um plano de fuga para cada reunião. Toda vez que a campainha toca, as pessoas ficam alertas: talvez seja apenas alguém da igreja doméstica que está atrasado! Mas os cristãos estão sempre prontos para fazer suas Bíblias e computadores desaparecerem rapidamente ou fugir”, diz Mehrdad.
E, no entanto, os cristãos continuam se reunindo, buscando comunhão, porque sabem que precisam uns dos outros. “Ver outros cristãos, comparecer diante de Jesus com eles, é como estar na prisão e, de repente, sentir o sol no rosto. Isso nos dá força e esperança e nos lembra que não estamos sozinhos, mas que pertencemos ao corpo de Cristo”, diz Mehrdad.
Leve esperança à igreja secreta no Irã
Enquanto os perseguidores intensificam a opressão, você pode fortalecer a igreja iraniana. Com sua doação, você garante o treinamento de líderes e o discipulado de jovens cristãos no Irã. Faça parte do avivamento da igreja secreta.