A ministra das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choe Son Hui, acusou os Estados Unidos e a Coreia do Sul de planejarem um ataque nuclear contra seu país. A fala ocorreu em uma reunião em Moscou com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.
Ela não apresentou evidências para sustentar sua afirmação, mas mencionou consultas regulares entre Washington e Seul, nas quais alegou que tais planos estavam sendo discutidos.
Os EUA e a Coreia do Sul ainda não se pronunciaram sobre a acusação até a última atualização desta reportagem.
Choe, que afirmou que a situação na Península Coreana poderia se tornar “explosiva” a qualquer momento, disse a Lavrov que a Coreia do Norte precisava fortalecer seu arsenal nuclear e aperfeiçoar sua prontidão para realizar um ataque nuclear retaliatório, se necessário.
A ministra norte-coreana afirmou também que o país está comprometido em ajudar a Rússia em sua guerra com a Ucrânia, a qual ela disse que Moscou venceria. “Reforçamos que estaremos sempre ao lado dos nossos camaradas russos até ao dia da vitória”, disse Choe.
As tensões estão altas na Ásia em meio ao envio de tropas da Coreia do Norte à Rússia para combaterem na guerra na Ucrânia, algo considerado pelos EUA e a Otan como uma escalada “sem precedentes” no conflito.
Segundo o Pentágono, a Coreia do Norte enviou cerca de 10 mil tropas à Rússia para serem treinados e lutarem na guerra na Ucrânia. A incorporação deve ocorrer nos próximos dias, disse o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken –os EUA e a Otan dizem terem provas do envio. O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que o caso é “muito perigoso” e que caso as tropas norte-coreanas de fato se juntem ao lado russo no conflito, os EUA retirará todas as restrições de armas americanas que podem ser utilizadas pela Ucrânia.
O envio de tropas desencadeou uma série de encontros entre ministros da Defesa e das Relações Exteriores de países envolvidos direta e indiretamente na guerra na Ucrânia: de um lado, as conversas entre Coreia do Norte e Rússia, do outro, EUA, Coreia do Sul e Japão falam sobre tratados de defesa.
Nesta semana, a Coreia do Norte disparou um míssil balístico intercontinental, que afirma ser “arma estratégica mais poderosa do mundo”, que bateu recorde de altitude e tempo de voo durante teste ao viajar a uma altura de mais de 7.000 km. Em resposta ao teste norte-coreano, EUA e Coreia do Sul fizeram um exercício militar com caças na quinta.
Fonte: Reuters.