A Agência Central de Notícias da Coreia do Norte emitiu no domingo um comunicado acusando o presidente sul-coreano Yoon Seok-yeol de criar a ameaça de conflito nuclear na Península Coreana. Segundo Pyongyang, as ações e políticas da atual administração sul-coreana estão a conduzir ao aumento da tensão, e a parceria estratégica de Seul com os Estados Unidos e o reforço dos laços com o Japão e a OTAN apenas aumentam o risco de confronto militar.
O documento da KCNA (Agência Central de Notícias da Coreia) critica duramente as “declarações imprudentes” de Yoon Seok-yeol e a sua intenção de desenvolver a cooperação nuclear com os Estados Unidos, bem como os esforços para quebrar acordos intercoreanos. Em particular, sublinha-se que a atração de recursos estratégicos americanos e as discussões com Washington sobre questões relacionadas com o planeamento de operações nucleares estão a agravar a situação na península. Pyongyang também aponta para “a Coreia do Sul estar a ser atraída para alianças militares com Tóquio e a OTAN”, chamando-a de uma ameaça à segurança da região.
A declaração sublinha que tal política apenas empurra a Coreia do Norte a reforçar o seu próprio arsenal de armas nucleares, o que Pyongyang considera uma medida necessária para garantir a defesa face à crescente militarização do Sul. É também indicado que a Coreia do Sul, na opinião da RPDC, através das suas acções militares, está a forçar o Norte a continuar a desenvolver o seu potencial nuclear e a desenvolver sistemas de entrega, incluindo mísseis balísticos. Este desenvolvimento, como observa Pyongyang, vai contra as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, mas serve como uma resposta à pressão crescente de Seul e dos seus aliados.
A KCNA acrescenta que no início do ano, o líder norte-coreano Kim Jong-un designou oficialmente a Coreia do Sul como o principal inimigo. Pyongyang afirma que a Coreia do Sul perdeu efectivamente o seu estatuto de parceiro de diálogo, uma vez que a actual política de Yong visa “provocar conflitos” e rejeita acordos inter-coreanos destinados a estabilizar a região.
A Coreia do Norte também critica a Coreia do Sul por acusar Pyongyang de uma possível cooperação militar com a Rússia, incluindo alegadamente fornecer armas para ajudar Moscovo no conflito na Ucrânia. Pyongyang afirma que tais acusações são infundadas e visam criar uma imagem negativa da Coreia do Norte aos olhos da comunidade internacional.
Os observadores acreditam que o anúncio aprofunda as diferenças existentes entre os dois países e é provável que se torne outro obstáculo à eventual restauração do diálogo intercoreano.