A Coreia do Norte comemora em 10 de outubro o Dia da Fundação do Partido dos Trabalhadores da Coreia, fundado por Kim Il-sung, de acordo com os registros oficiais. O partido atua como a principal força política do país. Ele controla todos os aspectos do governo, da sociedade e da vida militar de acordo com a ideologia estatal juche (autossuficiência).
A missão central do partido tem sido orientar o desenvolvimento socialista da Coreia do Norte, com a família Kim em seu núcleo. Com o tempo, a liderança do partido evoluiu de Kim Il-sung para seu filho Kim Jong-il e, agora, para o neto Kim Jong-un. Nesse cenário, além de quatro “igrejas vitrines”, usadas para mascarar a falta de liberdade religiosa, não há presença visível do cristianismo no país.
Muitas igrejas antigas agora são usadas como salas de ginástica ou centros de pesquisa de Kim Il-sung (onde os cidadãos têm de estudar as obras dos líderes norte-coreanos). Os estimados 300 mil a 500 mil cristãos norte-coreanos são obrigados a viver a fé em segredo, e a Coreia do Norte ocupa o primeiro lugar na Lista Mundial da Perseguição 2024.
Histórico de perseguição à igreja
Após a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética (URSS) e as forças aliadas ocuparam a Coreia, com Stalin assumindo o controle do Norte. O relacionamento entre o país comunista e os aliados se deteriorou com o tempo, por isso a Coreia foi dividida em duas – Norte e Sul.
Os soviéticos apoiaram o Partido dos Trabalhadores Comunista e quando a Guerra da Coreia estourou, o declínio do cristianismo no Norte foi acelerado, pois muitas comunidades cristãs foram alvo de opressão e seus membros foram rotulados como traidores ou agentes estrangeiros. Pouco depois, Kim Il-sung e o partido consolidaram totalmente o poder, e a Coreia do Norte tornou-se um Estado de partido único.
O cristianismo, que já havia sido uma forte influência no Norte, foi efetivamente erradicado como força pública. Muitos pastores e líderes foram mortos e milhares de famílias cristãs foram rotuladas como hostis e banidas para regiões remotas. Apenas um pequeno número de cristãos conseguiu desaparecer do radar sem nenhuma forma de punição.
O Dia da Fundação do Partido não é apenas uma comemoração histórica. Ele serve como um lembrete do papel central do partido no desenvolvimento socialista e político da nação. É um dos cinco principais feriados norte-coreanos, usado para reafirmar a lealdade à liderança, especialmente à família Kim, que é vista como a guardiã do espírito revolucionário e da pureza ideológica do país.
Nessa data, marcada por celebrações nacionais de grande escala, incluindo desfiles militares, exibição de mísseis, comícios em massa, discursos públicos e apresentações culturais com temas revolucionários e a glorificação da família Kim, ore pela Igreja Perseguida na Coreia do Norte para que esteja segura e mesmo sob tanta pressão, seja testemunha do amor de Jesus no país mais perigoso para os cristãos.