Neste domingo (27), a Coreia do Norte disse oficialmente, pela primeira vez, que enviou soldados para apoiar a Rússia no conflito contra a Ucrânia, atendendo a uma determinação do líder Kim Jong Un.
O governo norte-coreano declarou que seus militares desempenharam um papel significativo na “libertação do território russo ocupado pela Ucrânia”.
“Sob a ordem do chefe de Estado, as subunidades das forças armadas da República consideraram o território da Rússia como parte de seu próprio país e provaram a firme aliança entre os dois países“, informou a Comissão Militar Central da Coreia do Norte.
“Aqueles que lutaram pela justiça são todos heróis e representantes da honra da pátria”, declarou a agência oficial, fazendo referência a Kim.
A Coreia do Norte também afirmou que “considera uma honra ter uma aliança com um estado tão poderoso quanto a Federação Russa”, conforme divulgado pela KCNA.
No final de 2024, o então secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, já havia mencionado que tropas norte-coreanas estavam combatendo ao lado dos russos contra as forças ucranianas.
Naquela ocasião, Rutte classificou o envio como “uma escalada significativa da guerra ilegal da Rússia”.
“Eu posso confirmar que tropas da Coreia do Norte foram enviadas para a Rússia, e que unidades militares norte-coreanas foram deslocadas para a região de Kursk (no extremo leste da Rússia)”, declarou ele à época.
Situação na região
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou neste domingo (27) que Washington vai avaliar o progresso na resolução do conflito ucraniano na próxima semana e decidirá se vai continuar a participar do processo de paz ou não.
“Acho que esta será uma semana muito crítica. Esta semana será uma semana realmente importante, na qual teremos que decidir se queremos continuar envolvidos neste esforço ou se é hora de nos concentrarmos em outras questões que são igualmente, ou até mais importantes, em alguns casos. Mas queremos que isso aconteça. Há motivos para otimismo, mas também há motivos para realismo, é claro”, disse Rubio à NBC News.
O secretário de Estado também afirmou que Washington não está expandindo as sanções contra a Rússia para não prejudicar o processo de paz.
No sábado (26), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, confirmou a prontidão da Rússia para negociações com a Ucrânia sem pré-condições durante uma reunião com o enviado especial do presidente norte-americano Donald Trump, Steve Witkoff.
Na quarta-feira (23), Trump criticou Zelensky por sua recusa em discutir a cedência de território, dizendo que suas declarações sobre a Crimeia estavam prejudicando as negociações de paz com a Rússia.