No sábado (16), Pyongyang disparou dois projéteis em direção ao mar do Japão (também conhecido como mar do Leste) durante exercício supervisionado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un.
O teste militar norte-coreano, realizado no último final de semana, aconteceu apenas um dia antes do início do exercício militar anual entre Coreia do Sul e Estados Unidos e da chegada a Seul do enviado norte-americano à Coreia do Norte.
Segundo reportagem do South China Morning Post (SCMP), analistas acreditam que os recentes testes executados por Pyongyang indicam um investimento em mísseis de curto e médio alcance com potencial nuclear.
“[A Coreia do] Norte deixou claro que planeja armar seus mísseis de curto e médio alcance não apenas com ogivas convencionais, mas também nucleares. Isso aumentaria drasticamente o perigo de um conflito na região se expandir facilmente para uma guerra nuclear“, disse Park Won-gon, professora de estudos da Coreia do Norte na Universidade de Mulheres Ewha, em Seul, durante entrevista ao SCMP.
De acordo com informações da Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA, na sigla em inglês), o treinamento de sábado (16) foi feito para testar um novo sistema de armas guiadas. O procedimento foi supervisionado pessoalmente pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un. A expectativa do governo norte-coreano é que as novas tecnologias representem uma “melhora da eficiência na operação de armas nucleares táticas”.
Um analista do Fundo Carnegie Para a Paz Internacional disse ao SCMP que a presença de Kim durante os disparos de sábado (16) deixou clara a importância do desenvolvimento deste sistema de mísseis. “A Coreia do Norte parece indicar que usará esse sistema para entrega de armas nucleares táticas”, comentou o analista Ankit Panda.
A professora Park também alertou para as chamadas ogivas nucleares miniaturizadas. O primeiro anúncio sobre o desenvolvimento de tal arma aconteceu em 2017 com a divulgação, pela mídia estatal norte-coreana, de fotos de Kim Jong-un observando o que seria uma miniogiva.
“É bastante perigoso se apoiar na crença de que a miniaturização das ogivas nucleares ainda está a anos de distância para o Norte usá-las como armas táticas no campo de batalha”, afirmou Park.