Em março, Pyongyang lançou um novo tipo de “míssil tático guiado” com um motor de combustível sólido. O presidente dos EUA disse que está disposto a fazer “alguma forma de diplomacia” com o país asiático.
A Coreia do Norte pode desenvolver até 242 ogivas nucleares nos próximos seis anos, o que permitiria mais ameaças e intimidação contra outros países, e, possivelmente, a venda de armas nucleares no exterior, afirma nesta terça-feira (13) um relatório publicado pelo Instituto de Estudos Políticos Asan, um think tank sediado em Seul, Coreia do Sul.
De acordo com o estudo, as capacidades nucleares e de mísseis da Coreia do Norte estão se desenvolvendo bem desde o primeiro teste nuclear de Pyongyang, em 2006.
Em 2019, o país liderado por Kim Jong-un tinha de 30 quilos a 36 quilos de plutônio, bem como entre 175 quilos e 645 quilos de urânio enriquecido. Em 2020, Pyongyang “teria de 67 a 116 armas nucleares e, em 2027, a Coreia do Norte pode ter de 151 a 242 armas nucleares”, garante o think tank.
Venda de armas nucleares
O relatório afirma que, até agora, a estratégia da Coreia do Norte tem se concentrado na contenção e nas tentativas de se interpor entre os EUA, a Coreia do Sul e o Japão. No entanto, devido ao seu maior desenvolvimento nuclear, Pyongyang poderia usar o crescente arsenal nuclear de maneira mais violenta e diferente, como em ataques nucleares preventivos, por exemplo.
O estudo acrescenta que “os líderes norte-coreanos podem perceber que podem colocar algumas dessas armas à venda”, assim que o número de ogivas chegar a 100.
Os especialistas do instituto também mencionam que o papel da aliança Seul-Washington, juntamente com a Organização das Nações Unidas (ONU), será cada vez mais significativo à medida que a ameaça da Coreia do Norte cresça.
“A Coreia do Norte e os EUA devem permanecer abertos às negociações diplomáticas”, afirma o relatório. No entanto, a menos que Pyongyang mude seu comportamento, as negociações devem ser seguidas de aumento da pressão e sanções econômicas, acrescenta o estudo.
No final de março, a Coreia do Norte confirmou que testou novos mísseis guiados táticos, considerando isso uma implementação do direito de autodefesa do Estado soberano.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse em 25 de março que está disposto a fazer “alguma forma de diplomacia” com a Coreia do Norte. O líder norte-americano destacou, no entanto, que quaisquer negociações com a Coreia do Norte têm como condição a conclusão da desnuclearização no país.