O líder norte-coreano, Kim Jong-un, disse que os preparativos para o lançamento do primeiro satélite espião do país devem prosseguir para combater o que ele chamou de ameaças dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, informou a mídia estatal nesta quarta-feira (19).
Analistas dizem que o satélite militar faz parte dos esforços do país para aprimorar a tecnologia de vigilância, incluindo drones, para melhorar sua capacidade de atingir alvos em caso de conflito.
A Coreia do Norte conduziu em dezembro o que chamou de um importante teste de “fase final” para o satélite espião e disse que concluiria os preparativos para o lançamento em abril.
À época, Pyongyang divulgou imagens granuladas em preto e branco da capital sul-coreana Seul, que o governo norte-coreano disse terem sido tiradas durante o teste.
Durante uma visita à agência espacial oficial na terça-feira, Kim disse às autoridades para garantir que o lançamento ocorresse a tempo e ordenou o lançamento de uma série de mais satélites de reconhecimento, disse a agência de notícias estatal KCNA.
A KCNA disse que a produção do satélite foi concluída, mas não detalhou quando o lançamento está programado.
Violação de sansões da ONU
Kim disse que era “natural” desenvolver sua dissuasão militar, criticando a implantação de ativos estratégicos dos EUA na região como uma tentativa de “transformar a Coreia do Sul em uma base avançada para agressão e um arsenal para a guerra”.
O secretário-chefe do gabinete do Japão, Hirokazu Matsuno, disse que mesmo que Pyongyang chame o item de satélite, qualquer lançamento norte-coreano envolvendo uma tecnologia de míssil balístico seria uma clara violação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Uma foto da mídia estatal mostrou Kim, acompanhado de sua filha, conversando com autoridades em frente a uma imagem borrada de um aparente satélite.
A Coreia do Norte realizou uma série de testes de mísseis e armas nos últimos meses, mais recentemente um novo míssil balístico intercontinental de combustível sólido (ICBM).
Pyongyang tem ameaçado uma ação “mais prática e ofensiva” sobre os exercícios dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, recusando-se a responder linhas diretas intercoreanas.
Em dezembro, cinco drones norte-coreanos cruzaram a Coreia do Sul, que respondeu enviando aeronaves de vigilância ao norte para fotografar militares.
Kim Dong-yup, professor da Universidade de Estudos da Coreia do Norte, disse que o país quer usar satélites para tentar obter informações em tempo real necessárias para atingir alvos ao mobilizar seus mísseis e outros sistemas de lançamento nuclear.
A Coreia do Norte teve várias tentativas de lançar satélites de “observação da Terra”, dos quais dois parecem ter sido colocados em órbita com sucesso, incluindo a última em 2016.
Observadores internacionais disseram que o satélite parecia estar sob controle, mas houve um debate prolongado sobre se ele havia enviado alguma transmissão.
Fonte: Reuters.