Na província chinesa de Hubei, mais de uma dúzia de cidades estão isoladas do mundo, na esperança de prevenir novos casos de coronavírus. E países ocidentais também estão colocando as pessoas que retornam de Wuhan, a cidade no centro do surto, em isolamento forçado por até duas semanas.
No domingo, o governo brasileiro anunciou que trará de volta os brasileiros que estão em Wuhan e os colocará em quarentena. Mais cedo, a BBC News Brasil havia revelado que um grupo de brasileiros na China fez um apelo ao governo de Jair Bolsonaro para a retirada de cidadãos do país afetado pelo surto do coronavírus.
A quarentena é um recurso usado há muito tempo para evitar que doenças se espalhem. Geralmente implica manter um grupo de pessoas separado e isolado do público em geral.
O termo em si faz referência ao primeiro exemplo conhecido do método de isolamento.
Quando a peste negra se espalhou pela Europa durante o século 14, Veneza aplicou uma regra em que navios tinham que ancorar por 40 dias antes que a tripulação e passageiros pudessem desembarcar. O período de espera foi denominado “quarantino”, que deriva da palavra em italiano para o número 40.
Não está claro de onde surgiu exatamente o conceito dos 40 dias, explica Mark Harrison, professor de história da medicina na Universidade de Oxford. Uma possibilidade é que tenha sido uma referência bíblica — a ideia de passar 40 dias e 40 noites no deserto como Jesus teria feito.
Com o tempo, a duração da quarentena foi encolhida, mas o isolamento continua sendo chave para limitar surtos de doença ao redor do globo.
No Reino Unido, um dos exemplos mais famosos é o da aldeia inglesa de Eyam, que se colocou de quarentena durante a peste bubônica. Entre setembro e dezembro de 1665, 42 moradores do vilarejo morreram. Em junho de 1666, o recém-nomeado pároco da aldeia, Willliam Mompesson, decidiu que a vila deveria ser colocada em quarentena.
Fonte: BBC.