O corpo do general Qassem Soleimani, morto na quinta-feira (2) em Bagdá num ataque aéreo dos Estados Unidos, chegou neste domingo (5) ao Irã, informou a agência de notícias estatal IRIB.
O cortejo fúnebre, transmitido ao vivo pela TV estatal do país, reúne milhares de pessoas e começou pela cidade de Ahvaz por volta das 8h (1h30 no horário de Brasília). De lá, deve seguir para a cidade sagrada de Mashhad.
Soleimani era o segundo homem mais poderoso do Irã, abaixo apenas do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei. O general comandava a Força Quds, uma unidade de elite da Guarda Revolucionária Iraniana com atuação sobretudo no exterior.
Os Estados Unidos consideravam a Quds uma força terrorista, e o acusaram Soleimani de estar “ativamente desenvolvendo planos para atacar diplomatas americanos e membros do serviço no Iraque e em toda a região”.
O Irã prometeu se vingar da morte de Souleimani e, em resposta, Trump disse que atacará 52 alvos iranianos caso os norte-americanos sejam alvo de alguma ação iraniana.
Neste domingo (5), o chefe do Exército iraniano disse que os EUA não teriam “coragem” para o “conflito”, e o ex-ministro da Defesa iraniano e hoje conselheiro militar do aiatolá Hossein Dehghan afirmou à CNN que “a resposta [ao ataque que matou Soleimani] será com certeza militar e contra alvos militares”.
No fim da noite de sábado, no horário local, foguetes atingiram a Zona Verde, área de Bagdá onde ficam embaixada dos EUA e outras representações diplomáticas, e uma base que abriga militares norte-americanos em Balad, a 80 km da capital iraquiana. Ninguém ficou ferido e não se sabe a autoria dos ataques.
Líderes mundiais têm pedido para que Irã e EUA evitem a escalada de violência. Neste domingo, o Papa Francisco pediu “diálogo e comedimento” em meio às tensões no Oriente Médio.
Funeral reuniu milhares em Bagdá
O funeral de Soleimani vai durar 4 dias, e teve início no sábado (4), com um cortejo que reuniu dezenas de milhares de pessoas em Bagdá. O primeiro-ministro iraquiano Adel Abdul Mahdi participou da caminhada, que reuniu dezenas de milhares de pessoas.
Na segunda-feira (6) o cortejo seguirá para Teerã e, na terça-feira (7), chegará a Kerman, cidade natal do general, onde será realizado o sepultamento. No sábado (4), o corpo passou pela capital, Bagdá, e pelas cidades de Karbala e Najaf, consideradas sagradas pelos muçulmanos xiitas.
Na última sexta-feira, os Estados Unidos anunciaram o envio de cerca de 3 mil soldados ao Oriente Médio após ameaças às forças americanas na região.
Segundo o jornal americano “The New York Times”, que ouviu uma fonte no Departamento de Defesa dos Estados Unidos, o Pentágono já vinha preparando, nesta semana, 4 mil soldados com base em Fort Bragg, na Carolina do Norte.
Os soldados enviados a partir de agora se unirão àqueles que já estavam no Kuwait.
Tel Aviv é possível alvo de guarda iraniana
O comandante da Guarda Revolucionária na província de Kerman, Gholamali Abuhamzeh, disse à agência iraniana Tasnim que ao menos 35 alvos americanos estão ao alcance do Irã no Estreito de Ormuz e que o Irã se reservou o direito de se vingar dos EUA.
“O Estreito de Omuz é um ponto vital para o Ocidente e um grande número de destróieres e navios de guerra americanos passam por lá”, disse Abuhamzeh. Tel Aviv também está na mira de possíveis ataques.
À TV árabe al-Mayadeen, o líder do bloco parlamentar do Hezbollah no Líbano, Mohamed Raad, disse que os Estados Unidos “cometeram um erro” e que terão uma resposta decisiva do “eixo de resistência”, formado por grupos de apoio ao Irã.
Fonte: G1.