A Arábia Saudita desenvolverá uma arma nuclear se seu adversário, o Irã, o fizer primeiro, disse o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, durante uma entrevista nesta quarta-feira (20).
“Se eles obtiverem uma, nós teremos que consegui-la”, disse o líder de fato do país do Golfo à Fox News.
Irã e o acordo nuclear
Na terça-feira, o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, disse que os Estados Unidos deveriam demonstrar sua “boa vontade e determinação” para retomar o acordo nuclear com o Irã de 2015, que Washington abandonou em 2018.
“Ao sair do JCPOA, os EUA violaram o acordo… A América deveria demonstrar a sua boa vontade e determinação”, disse Raisi num discurso na Assembleia Geral da ONU, fazendo referência à sigla em inglês do Plano de Ação Conjunta Global entre Teerã e seis potências globais.
Após assumir o cargo em janeiro de 2021, o presidente norte-americano, Joe Biden, tentou negociar a retomada do acordo nuclear de 2015, sob o qual o Irã restringiu seu programa nuclear em troca do alívio de sanções impostas por EUA, União Europeia e ONU.
O ex-presidente dos EUA Donald Trump saiu do acordo em 2018, argumentando que ele era muito generoso com Teerã, e restaurou as amplas sanções econômicas contra o Irã.
As iniciativas para ressuscitar o pacto pareciam ter morrido há cerca de um ano, quando diplomatas dizem que o Irã rejeitou o que os mediadores da União Europeia chamaram de proposta final.
Os diplomatas consideram agora que o acordo de 2015 está além da possibilidade de resgate, devido aos avanços do Irã especialmente no funcionamento de centrífugas avançadas que têm uma produção muito maior de urânio enriquecido.
Fonte: AFP.