Um novo estudo sugere que a pandemia da COVID-19 pode causar declínios na expectativa de vida em muitas regiões do mundo.
Usando um modelo de computador, os pesquisadores envolvidos no estudo do Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados em Laxenburg, Áustria, simularam as probabilidades de contrair COVID-19, morrer por conta do vírus e morrer por outro motivo durante o período de um ano.
Os pesquisadores calcularam o impacto da COVID-19 na expectativa de vida. Por meio do modelo, eles determinaram que taxas de infecção de 2% causariam uma queda na expectativa de vida em países onde a expectativa média de vida é alta. O declínio seria ainda maior com taxas de infecção mais altas.
“Com uma prevalência de 10%, a perda na expectativa de vida provavelmente será superior a um ano em países com alta expectativa de vida, como os da Europa e América do Norte. Em 50%, isso se traduziria em três a nove anos de vida perdidos em regiões com alta expectativa de vida. Em regiões menos desenvolvidas, o impacto é menor, visto que já existe uma sobrevida menor em idades mais avançadas”, disse À UPI o líder do estudo, Guillaume Marois.
No entanto, de acordo com ele, mesmo nas regiões mais afetadas, a expectativa de vida provavelmente se recuperará quando a pandemia acabar.
Já o coautor do estudo, Sergei Scherbov, afirmou que a Europa levou décadas para que sua expectativa média de vida aumentasse em seis anos, de 72,8 anos em 1990 para 78,7 anos em 2019.
“A COVID-19 poderia, portanto, voltar a este indicador em 2020 para os valores observados há algum tempo”, observou Scherbov.
“No entanto, não sabemos o que vai acontecer posteriormente. Em muitos países a letalidade da COVID-19 está diminuindo fortemente, provavelmente porque o protocolo de tratamento da COVID-19 ficou mais bem definido”, acrescentou.