Em março, três cristãos de origem muçulmana, incluindo uma mulher grávida, receberam sentenças severas no Irã. Narges Nasri está gestando seu primeiro filho e foi condenada a 16 anos por “atividades de propaganda contrárias à lei islâmica”, por participar de uma igreja doméstica e fazer postagens nas redes sociais apoiando o movimento Mulheres, Vida, Liberdade. Abbas Soori, de 48 anos, recebeu 15 anos por acusações semelhantes, enquanto o músico cristão Mehran Shamloui, de 37 anos, foi condenado a dez anos e teve seus instrumentos musicais confiscados.
“Um regime que arranca uma mãe gestante de sua família e de cuidados médicos adequados não pode alegar defender a justiça ou a dignidade. O único crime de Narges é sua crença religiosa”, observa um analista da Portas Abertas sobre o Oriente Médio.
“Abbas Soori está sendo punido com 15 anos de sua vida, simplesmente por praticar sua fé em particular em sua casa. Ao remover os instrumentos musicais de Mehran Shamloui e prendê-lo, eles estão tentando silenciar a expressão de fé através da arte. Os cristãos de origem muçulmana são especialmente vulneráveis. O Estado iraniano os enxerga incorretamente como uma ameaça à República Islâmica.”
Cristãos presos somam 263 anos de condenação
Mais de 900 cidadãos civis iranianos foram executados em 2024. Muitos outros receberam sentenças de morte por acusações baseadas em religião. Entre as centenas de sentenças de morte executadas, as condenações variaram de corrupção na terra e guerra contra Deus à participação nos protestos antigoverno de 2022.
Dados publicados pela Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa e, separadamente, pela organização Article 18 mostram um cenário chocante. O estudo Tip of the Iceberg, cuja tradução seria Ponta do Iceberg, foi lançado pela organização Article 18 juntamente à Portas Abertas, e outras duas entidades cristãs, Christian Solidarity Worldwide e Middle East Concern. Ele documenta o aumento nas penas de prisão impostas pelos juízes após um aumento acentuado nas prisões no final de 2023.
Noventa e seis cristãos iranianos foram condenados a um total combinado de 263 anos de prisão. Cinco desses cristãos foram condenados a dez anos e outro cristão uma sentença de 15 anos. “O governo iraniano parece ter intensificado seus esforços para isolar e minar financeiramente a comunidade cristã como parte de uma estratégia mais ampla para suprimir seu crescimento e influência”, observou Mansour Borji, da organização Article 18. Apesar da intensa perseguição, a igreja no Irã continua a crescer.
*Nomes alterados por segurança.
Apoie cristãos presos
Com frequência, cristãos são condenados a sentenças arbitrárias como Narges. Eles precisam de apoio para lutar na justiça por sua liberdade religiosa e direitos básicos como alimentação e medicação na prisão. Doe e permita que cristãos presos recebam o socorro de que precisam.