Quando Nancy, de 41 anos, fechou a porta de casa naquela manhã, mal sabia que só voltaria alguns meses depois. Não sabia que aquela seria a última vez que prepararia o café da manhã para o filho adolescente e desejaria um bom dia para o marido. Não sabia que a vida do filho caçula seria marcada para sempre.
Essa é a história de uma família no Egito brutalmente separada pela perseguição. Mas também é a história do cuidado de Deus com aqueles que estão em luto. Ao olhar para Nancy é possível ver que há algo de diferente em seu rosto. Ela mostra a lateral da cabeça: “Aqui foi onde as balas entraram”. Após meses de tratamento médico, ela finalmente está em casa.
Nancy faz parte de uma família muito unida. Eles sempre passeavam juntos, geralmente para igrejas e monastérios. Certo dia, decidiram visitar um monastério na região de Minia. Eles foram em um micro-ônibus. Tios, primos, jovens e velhos, todos estavam animados.
Após a visita, a família decidiu que ainda havia tempo para ir a uma igreja construída em honra a mártires. Apenas um mês antes, estiveram lá e todos ficaram muito impressionados com a fé dos cristãos mortos. “Eu lembro de meu marido dizer que também gostaria de ser um mártir”, diz Nancy.
Naquela estrada, a vida deles mudou. De repente, ouviram o barulho de tiros sendo disparados. Eles eram direcionados ao ônibus da frente, mas ele escapou. O motorista do ônibus em que a família estava tentou voltar, mas era tarde demais: os terroristas começaram a alvejar o ônibus em que estavam.