Em 2020, Joshua foi atacado enquanto vigiava sua aldeia, no estado de Kaduna, Noroeste da Nigéria. A região era alvo de repetidos ataques de militantes fulani. O atentado que Joshua presenciou mudou completamente o rumo de sua vida: ele ficou cego e foi abandonado.
Antes do ataque, Joshua havia conseguido uma bolsa para estudar Engenharia na Alemanha e planejava abrir uma padaria. Sua família e comunidade dependiam dele, pois ele tinha recursos para ajudá-los. No entanto, depois que perdeu a visão, tudo mudou. “Hoje, todos os meus amigos me abandonaram e minha família não se importa muito comigo porque não tenho mais nada a oferecer. Até minha esposa me deixou, ela não está mais comigo”, diz ele.
O ataque o deixou devastado e traumatizado. Mas a transformação em sua vida e em sua caminhada com Deus aconteceu quando ele participou das sessões “Curando as feridas do trauma” no Centro Shalom de Cuidados Pós-trauma em 2024. Ele conta como foi a experiência:
“Vim para cá e recebi ensinamentos sobre perdão, que me acalmaram. Ter vindo aqui transformou minha vida para melhor. Mudou tudo em mim. Hoje sou uma nova pessoa. Quando isso aconteceu, eu nunca imaginei que conseguiria me reerguer, mesmo com minha condição. Por isso, sou grato a todos vocês.”
Apesar de ainda ter seis balas alojadas na cabeça, que às vezes causam desconforto, e de não ter apoio da família, Joshua confia no amor infalível de Deus e que ele pode curá-lo um dia. Os ataques de grupos extremistas a comunidades cristãs continuam em vários estados do Norte e Centro da Nigéria. A violência afeta quase todos os aspectos da vida dos cristãos perseguidos, especialmente sua capacidade de permanecerem testemunhas fiéis em suas regiões.
Por isso, há 70 anos, a Portas Abertas atua socorrendo cristãos como Joshua por meio de diversos projetos, como distribuição de Bíblias, capacitação de líderes, cuidados pós-trauma e ajuda emergencial, com distribuição de alimentos, roupas e itens de necessidade básica. Tudo para que cristãos na Nigéria e em outros países da Lista Mundial da Perseguição 2025 permaneçam firmes, sendo o sal da terra e a luz de Cristo mesmo nos lugares mais fechados ao evangelho. Veja como seu apoio transforma vidas no Relatório de Impacto 2025.
Leve esperança para outros cristãos perseguidos na África Subsaariana
Chegou a hora de erguer sua voz para que o ciclo de violência na Nigéria e em outras partes da África Subsaariana tenha um fim. Assine a petição Desperta África pelo fim da violência e início da cura. Você também pode doar para fortalecer os cristãos locais, levando ajuda emergencial para suprir suas necessidades mais urgentes.
Pedidos de oração por Joshua na Nigéria
- Interceda para que a graça de Deus continue sustentando a vida de Joshua e o ajude a lidar com os desafios de saúde.
- Peça a Deus que fortaleça sua fé e o mantenha firme em seguir a Cristo.
- Ore para que Joshua encontre uma mulher temente a Deus, disposta a apoiá-lo e a servir a Cristo ao seu lado, pois Joshua deseja se casar novamente e desfrutar de uma família.
Perguntas frequentes
Está acontecendo um genocídio de cristãos na Nigéria?
A Portas Abertas não usa o termo “genocídio”. Trata-se de uma categoria legal precisa, e não afirmamos o que não podemos provar. No entanto, evitar essa palavra nunca deve significar rejeitar a realidade da perseguição. Em toda a região do Cinturão Médio e no Norte da Nigéria, os cristãos enfrentam uma campanha de violência tão contínua e direcionada que comunidades inteiras estão desaparecendo.
Igrejas são queimadas. Pastores são sequestrados. Famílias são forçadas a fugir à noite, muitas vezes a pé, deixando para trás os únicos lares que já conheceram. Seja chamado de genocídio, limpeza étnica ou perseguição, o efeito é o mesmo. Comunidades estão sendo destruídas. A fé está sendo testada. A esperança está sendo levada ao limite.
A maioria das vítimas fatais dos ataques na Nigéria são cristãos?
Questionamentos sobre a predominância entre cristãos foram levantados nas últimas semanas em comparativos com dados da ACLED (Armed Conflict Location & Event Data). A ACLED é uma fonte importante de dados e análises sobre violência e conflitos, mas não é uma fonte completa, pois não registra sistematicamente a filiação religiosa das vítimas.
Assim, ao verificarmos incidentes confirmados de cristãos mortos por causa de sua fé, constatamos que esses casos frequentemente não aparecem no banco de dados da ACLED.
Por outro lado, a pesquisa da Portas Abertas monitora sistematicamente e classifica a filiação religiosa das vítimas, além de verificar os incidentes relatados por meio de uma rede robusta de parceiros, garantindo que nossos números sejam confiáveis. Em seguida, sobrepomos os dados da ACLED a esses números para apresentar um panorama mais completo.
O governo da Nigéria e a ACLED dizem que mais muçulmanos morrem do que cristãos; a Portas Abertas diz o contrário. Quem está certo?
A ACLED não registra nem verifica sistematicamente a filiação religiosa das vítimas – sejam cristãos ou muçulmanos, portanto, é uma fonte útil, mas incompleta.
A questão sobre quem morre mais – muçulmanos ou cristãos – depende de quem está incluído na contagem de mortes. Se forem incluídas mortes militares e de terroristas, é provável que mais muçulmanos tenham morrido. No entanto, ao considerarmos apenas mortes de civis no banco de dados da ACLED, somadas aos incidentes verificados pela nossa própria pesquisa que estão ausentes nos dados da ACLED, mais cristãos foram mortos do que muçulmanos.
Mas não se trata apenas do número total, e sim da proporcionalidade. A razão simples entre cristãos e muçulmanos mortos foi de 2,7 cristãos para cada muçulmano. No entanto, ajustando para o tamanho relativo das populações, entre 2019 e 2023, um cristão tinha 6,5 vezes mais chance de ser morto do que um muçulmano.
Dito isso, não devemos colocar as mortes de muçulmanos e cristãos em oposição. A morte de um muçulmano na Nigéria é tão significativa e trágica quanto a de um cristão, apenas menos provável.
