Conteúdo sensível: violência extrema, violência sexual.
A violência sexual continua sendo muito comum em países afetados pela guerra e não é diferente em regiões onde a igreja é perseguida. No Dia Internacional para Eliminação da Violência Sexual em Conflito, nós lembramos das mulheres cristãs que, além da perseguição religiosa, também sofrem com esse tipo de violência. Recentemente, houve três casos de violência sexual por grupos rebeldes na República Centro-Africana.
Apesar de serem a maioria no país, os cristãos são alvos de grupos armados porque a igreja representa uma oposição não violenta às suas ideologias. Por causa disso, mulheres e crianças são especialmente vulneráveis.
No dia 10 de outubro, por volta das 9 da manhã, seis mulheres foram atacadas e violentadas por um grupo rebelde. Elas foram surpreendidas em uma estrada rural, abusadas e mantidas reféns enquanto os homens assaltavam uma fazenda próxima, sendo obrigadas a colher a plantação para eles.
Já no dia 26, outro grupo atacou três mulheres cristãs e uma menina de 11 anos na mesma comunidade enquanto elas trabalhavam. Elas foram agredidas e abusadas em frente aos maridos. Depois disso, todos foram levados para um acampamento rebelde, onde os homens foram submetidos a trabalho escravo e as mulheres continuaram sendo abusadas.
Um terceiro caso parecido aconteceu no dia 29 de outubro, quando dois homens armados violentaram uma cristã de 63 anos enquanto ela trabalhava em uma plantação. Além da dor física e do trauma, esses incidentes afetaram as mulheres, suas famílias e sua comunidade de maneiras que elas não são capazes de expressar.
O impacto da violência sexual e a intervenção da Portas Abertas
Essa é a realidade de apenas uma comunidade, que reflete o que acontece em outras. Esse tipo de ataque acontece há anos, humilhando as mulheres e suas famílias.
Como resultado, muitas cristãs têm medo de ir trabalhar ou até mesmo de sair sozinhas. O trauma delas não é apenas por causa dos ataques, mas pela rejeição que acontece na própria comunidade. Muitas vezes, os próprios maridos que foram forçados a assistir suas esposas serem violentadas não oferecem o suporte necessário para que elas se recuperem.
Os parceiros locais da Portas Abertas organizam reuniões para ajudar as irmãs a entenderem seus sentimentos e traumas e lidarem com eles à luz da Bíblia. Elas se reúnem em grupos, criando um ambiente seguro e acolhedor para que elas recebam o suporte psicossocial e o acompanhamento médico necessários para sua cura.
Atualmente, mais de 20 grupos de apoio estão funcionando na República Centro-Africana. Além das sobreviventes de abusos, as reuniões também são frequentadas pelas viúvas de maridos assassinados por grupos armados. O impacto dessas reuniões tem sido impressionante.
“Graças a esse grupo de apoio, eu conquistei a coragem para deixar de esconder meu rosto”, disse uma das sobreviventes em uma reunião.
A violência precisa ter fim
Participe do Desperta África e assine a petição pelo fim da violência e início da cura para cristãos africanos.