Um destróier americano derrubou, neste sábado (16), 14 drones disparados de regiões do Iêmen controladas por huthis no Mar Vermelho, informou o comando militar dos Estados Unidos no Oriente Médio (Centcom).
Foram “identificados como drones de ataque e derrubados sem causar danos às embarcações na região e sem que tenham sido reportados feridos”, afirmou a Centcom em sua conta na rede social X (ex-Twitter).
A operação, liderada pelo destróier USS Carney, foi realizada “nas primeiras horas de sábado”, detalhou o Exército americano.
Os huthis, aliados ao Irã, já haviam alertado que atacariam embarcações que navegassem ao longo da costa do Iêmen e que tivessem ligações com Israel, em resposta à guerra entre este país e o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.
Este movimento político-militar, que controla grande parte do Iêmen, pertence, tal como o Hamas e o Hezbollah libanês, ao chamado “eixo de resistência” contra Israel.
Nas últimas semanas, vários mísseis e drones foram abatidos por navios de guerra americanos e franceses que patrulham a área.
Na madrugada de sábado, um destróier britânico também derrubou um “suposto drone de ataque dirigido contra embarcações mercantis no Mar Vermelho”, anunciou o ministro da Defesa do Reino Unido, Grant Shapps.
Grandes empresas do transporte marítimo como a francesa CMA CGM, o grupo dinamarquês Maersk e a alemã Hapag-Lloyd anunciaram a suspensão da travessia de seus porta-contêineres pelo Mar Vermelho devido aos ataques.
Canal de Suez
Duas grandes empresas de transporte marítimo, incluindo a MSC Mediterranean Shipping Co, maior transportadora de contêineres do mundo, disseram neste sábado que vão evitar o Canal de Suez depois que militantes houthis, do Iêmen, intensificaram seus ataques a navios comerciais no Mar Vermelho.
O Canal de Suez economiza tempo e dinheiro para as transportadoras, evitando que os navios tenham de contornar toda a África. Com o conflito, os prêmios dos seguros de guerra ficaram mais caros.
O MSC Palatium III, com bandeira da Libéria, foi atacado na sexta-feira por um drone no estreito de Bab al-Mandab, na costa do Iêmen, na porção sul do Mar Vermelho, de acordo com os houthis. Não houve feridos, mas a embarcação teve um incêndio e foi retirada de serviço, de acordo com a MSC.
Outro navio liberiano, o Al Jasrah, da empresa Hapag Lloyd, foi atingido por um míssil, afirmaram as Forças Armadas dos Estados Unidos.
A dinamarquesa A.P. Moller-Maersk paralisou na sexta-feira todos os transportes por Bab al-Mandab, e neste sábado a suíça MSC e a francesa CMA CGM seguiram seus passos.
“A situação está se deteriorando, e a preocupação com a segurança, aumentando”, disse a CMA CGM em comunicado.
A alemã Hapag Lloyd afirmou que pode tomar medidas parecidas. Os Houthis intensificaram nas últimas semanas os ataques contra embarcações e também lançaram drones e mísseis contra Israel, em apoio ao grupo Hamas, que duela com Israel na Faixa de Gaza. No sábado, os Houthis atingiram o resort israelense de Eilat, no Mar Vermelho.
Os Houthis, que governam grande parte do Iêmen, prometeram manter os ataques até que Israel interrompa sua ofensiva, mas na sexta-feira disseram que tinham como alvo apenas navios que iam para Israel.
Contudo, tanto o Palatium III quanto outro navio da MSC que foi ameaçado, o Alanya, tinham Jedá, na Arábia Saudita, como destino, com base em dados da empresa MarineTraffic. A MSC afirmou que vai reorganizar alguns serviços para contornar o Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, o que acrescentará vários dias na viagem, se comparado aos trajetos que utilizam o Canal de Suez.
Fonte: G1.