O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, anunciou nesta sexta-feira (7) que todo homem adulto do país receberá treinamento militar para uma eventual guerra. O presidente polonês, Andrzej Duda, propôs modificar a Constituição para aumentar os gastos mínimos com Defesa para 4% do PIB.
As medidas são um reflexo da preocupação europeia com a ameaça russa, e dado o contexto atual de aproximação dos EUA com a Rússia. Países mais próximos dos russos, como os do leste europeu e os escandinavos, têm tomado medidas mais enérgicas para se prevenir.
O governo da Suécia, por exemplo, fez em 2024 um vídeo para instruir a população em caso de guerra e também alertou para seus cidadãos se prepararem mentalmente para um eventual conflito. Já a Suíça está investindo em modernizar bunkers nucleares da Guerra Fria.
Em discurso ao Parlamento polonês, Tusk disse que o governo quer implementar até o final do ano um sistema de treinamento militar para todos os homens adultos, mas não deu mais detalhes.
“Vamos tentar ter um modelo pronto até o final deste ano para que todo homem adulto na Polônia seja treinado para uma eventual guerra, para que essa reserva seja verdadeiramente adequada às ameaças potenciais”, disse Tusk.
O premiê polonês, que tem sido um dos líderes europeus mais expressivos para destacar a ameaça russa ao continente, também afirmou apoiar a retirada da Polônia de convenções internacionais que proíbem o uso de minas terrestres anti-infantaria e munições de fragmentação.
Tusk também afirmou que gastar 5% do PIB do país com Defesa parece “uma necessidade”, mas que os poloneses ainda têm “muito esforço pela frente”.
Impulsionada pela invasão da Ucrânia pela Rússia há três anos, a Polônia agora destina à Defesa uma proporção do PIB maior do que qualquer outro membro da Otan, incluindo os EUA. No ano passado, os gastos chegaram a 4,1% do PIB, segundo estimativas da aliança militar, e o país planeja atingir 4,7% este ano.
Assim como a Polônia, outros países europeus também estão se movimentando. Após diversos encontros nas últimas semanas, os líderes da UE concordaram em aumentar seus gastos em Defesa, além de voltar a produzir armamentos.
O presidente Duda declarou na quinta-feira, durante uma coletiva de imprensa em Bruxelas ao lado do secretário-geral da Otan, Mark Rutte, que todos os países da aliança deveriam aumentar imediatamente os gastos com defesa para pelo menos 3% do PIB.
Também na quinta-feira, líderes da União Europeia, reunidos em Bruxelas, apoiaram planos para aumentar os investimentos na área de defesa. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, colocou em dúvida sua disposição de defender os aliados da Otan, dizendo que não o faria caso eles não estivessem investindo o suficiente em sua própria segurança.
Fonte: G1.