A Segunda Guerra Mundial terminou em 1945 e, desde então, o mundo não viu outro conflito dessa magnitude. No entanto, há quem não descarte que este cenário poderia mudar mais rápido do que gostaríamos.
O jornal alemão Bild vazou um relatório militar confidencial do Ministério de Defesa da Alemanha, no qual se fala na possibilidade de a Rússia já estar a preparar-se para uma guerra direta contra os estados membros da OTAN.
Defesa da Aliança 2025
O documento descreve vários cenários hipotéticos. O mais preocupante é intitulado de “Defesa da Aliança 2025”.
Uma tradução do The New York Post explica os detalhes: os militares russos começariam com uma grande ofensiva na primavera de 2024, já que estariam confiantes, devido ao apoio financeiro cada vez menor do Ocidente à Ucrânia.
Nova mobilização russa
Para isso, já em fevereiro de 2024, a Rússia mobilizaria até 200 mil novos soldados para lutar na Ucrânia.
Ataques cibernéticos direcionados ao Báltico
O documento teoriza, ainda, que Moscou não se concentraria apenas na Ucrânia. Até julho de 2024, a Rússia atacaria a Estônia, a Letônia e a Lituânia, com “graves ataques cibernéticos”.
Turbulência no Báltico
Ao mesmo tempo, a Rússia procuraria agitar a tensão entre os seus cidadãos e a população local dos países bálticos para preparar o ambiente para seu próximo passo.
Zapad 2024
Sob o pretexto de exercícios militares, provisoriamente chamados de “Zapad 2024”, a Rússia reuniria cerca de 50 mil soldados no extremo oeste do país e na Belarus.
A estrada para Kalinigrado
O mais perigoso estaria por vir: Moscou mobilizaria tropas para Kaliningrado, um enclave russo no Mar Báltico localizado entre a Polônia e a Lituânia, ambos membros da OTAN.
Operação de bandeira falsa
O documento especula que, a partir de então, o Kremlin poderia usar a desculpa de um ataque iminente da OTAN e enviar tropas para a Polônia e a Lituânia.
A lacuna de Suwałki
O resultado final seria a tomada do Suwałki Gap, uma faixa de território entre a Polônia e a Lituânia que ligaria a Belarus (e a sua aliada, a Rússia) a Kaliningrado.
Aproveitando as eleições nos EUA
O jornal britânico The Independent destaca que, segundo o relatório vazado, o Kremlin tentaria aproveitar o período de transição, após as eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2024, para ter espaço de manobra no Báltico.
Acusações da ONU
Em janeiro de 2025, após uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, Putin poderia, então, acusar, falsamente, as nações ocidentais de conspirarem para derrubá-lo.
Usando esta desculpa, Putin poderia reunir tropas para enviar à Belarus e depois ao Báltico, até março de 2025.
Trinta mil soldados alemães seriam destacados para combater cerca de 70 mil soldados russos na Belarus.
A OTAN, preocupada com a possibilidade de futuras incursões russas, envolver-se-ia diretamente no confronto, entre as tropas ocidentais e os militares russos.
Este é apenas um dos cenários imaginados
Este seria apenas um dos muitos caminhos que as Forças Armadas Alemãs e a OTAN em geral estão, atualmente, a estudar.
Todas as possibilidades estão sobre a mesa
Segundo o The New York Post, o Bild contactou fontes do Ministério da Defesa alemão e obteve a seguinte resposta: “Considerar diferentes cenários, mesmo que sejam extremamente improváveis, fazem parte do cotidiano militar, especialmente no treino”.
A Alemanha não é a única nação preocupada com um conflito maior na Europa. O ministro sueco da Defesa Civil, Carl-Oskar Bohlin, alertou, recentemente, que “poderia haver uma guerra na Suécia” e que a sua intenção não era assustar a população, mas sim prepará-la para qualquer eventualidade possível.
“Documento tão relevante quanto o horóscopo do ano passado”
Entretanto, a agência de notícias russa TASS informou que um representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo afirmou que os documentos alemães divulgados pelo Bild eram tão importantes e relevantes como o “horóscopo do ano passado”.
“Eu não comentaria este relatório do Bild”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, enfatizando: “Recentemente, este jornal tem-se rebaixado regularmente a publicar várias notícias falsas e boatos”.
Fonte: The Daily Digest.