O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (25) que a decisão de usar ou não tropas da Coreia do Norte na guerra da Ucrânia cabe à Rússia e acrescentou que, se a Ucrânia quiser entrar na aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Moscou pode fazer o que quiser para garantir sua própria segurança.
Os Estados Unidos disseram na quarta-feira que viram evidências de que a Coreia do Norte enviou 3.000 soldados para a Rússia para possível atuação na Ucrânia, um movimento que o Ocidente classifica como uma escalada significativa da guerra na Ucrânia.
O serviço de inteligência militar da Ucrânia disse que as primeiras unidades norte-coreanas treinadas na Rússia foram enviadas para a região de Kursk, uma área de fronteira russa onde as forças ucranianas tomaram parte do território russo em agosto.
“Quando tivermos que decidir algo, decidiremos… mas é nossa decisão soberana se vamos aplicá-la, se não vamos aplicá-la, se precisamos aplicá-la”, disse Putin à televisão estatal russa. “Isso é um assunto nosso.”
Putin disse que o Ocidente afirmou repetidamente que cabia à Ucrânia decidir como garantir sua segurança – “com ou sem a Otan”.
“Quanto mais cedo eles perceberem a futilidade de tal abordagem nas relações com a Rússia, melhor será para todos, e talvez, acima de tudo, para eles mesmos”, disse Putin.
O presidente russo e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, assinaram um acordo de parceria estratégica abrangente durante a visita de Putin a Pyongyang em junho.
O artigo 4 do acordo diz: “Se uma das partes for submetida a um ataque armado por qualquer Estado ou vários Estados e, portanto, se encontrar em um estado de guerra, a outra parte fornecerá imediatamente assistência militar e de outra natureza com todos os meios à sua disposição”.
Putin, na quinta-feira, não negou as alegações dos EUA de que a Coreia do Norte enviou tropas para a Rússia, mas disse na quinta-feira que cabe a Moscou decidir como executar sua cláusula de defesa mútua com Pyongyang e acusou o Ocidente de escalar a guerra da Ucrânia.
Fonte: Reuters.