Parlamentares russos ratificaram nesta quinta-feira (24) um pacto com a Coreia do Norte que prevê assistência militar mútua em meio a uma polêmica com países do Ocidente sobre o envio de tropas norte-coreanas à Rússia para batalharem na guerra contra a Ucrânia.
A medida dos políticos russos ocorre um dia após os Estados Unidos confirmarem o envio de três mil soldados norte-coreanos à Rússia. Além da agência de espionagem da Coreia do Sul, que revelou a trama, a Otan também disse ter provas da movimentação.
A câmara baixa do parlamento russo, a Duma Estatal, votou rapidamente para aprovar o tratado de “parceria estratégica abrangente” que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou com o líder norte-coreano Kim Jong-un durante uma visita a Pyongyang em junho. A câmara alta deve seguir o mesmo caminho em breve.
O pacto obriga a Rússia e a Coreia do Norte a fornecer assistência militar imediata usando “todos os meios” se uma das partes for atacada. A medida marca o vínculo mais forte entre os dois países desde o fim da Guerra Fria.
As tensões entre as Coreias do Sul e do Norte estão se acirrando nos últimos dias, após a agência de inteligência sul-coreana disse ter confirmado na semana passada o envio de 1.500 tropas à Rússia. Os números foram atualizados para três mil nesta quarta. Por conta disso, autoridades de Seul firmaram nesta terça (22) que o país avalia fornecer armas à Ucrânia.
Os EUA disseram na quarta-feira que três mil soldados norte-coreanos foram enviados para a Rússia e estão treinando em vários locais, chamando o movimento de muito sério e alertando que essas forças serão “alvos legítimos” se entrarem em combate na Ucrânia.
A Rússia e a Coreia do Norte já rejeitaram anteriormente as alegações dos EUA e de seus aliados de que Pyongyang teria fornecido a Moscou mísseis balísticos e milhões de projéteis de artilharia para uso na Ucrânia.