A inscrição tem cerca de 3 mil anos e tem registado o nome de um dos juízes do Livro de Juízes: Jerubaal. A datação deverá ser do ano 1.100 a.C.
A Autoridade para as Antiguidades de Israel fez esta manhã o anúncio desta impressionante descoberta, mais uma que vem confirmar a veracidade da narrativa bíblica. O caco de cerâmica com o nome do juiz Jerubaal foi encontrado nas escavações em curso em Khirbat er-Ra’i, perto de Kiryat Gat, no Sul do país.
“O nome Jerubaal é familiar na tradição bíblica do Livro dos Juízes como nome alternativo para o juiz Gedeão, filho de Joás (Gideon ben Yoash) – afirmou o arqueólogo responsável Yosef Garfinkel, da Universidade Hebraica de Jerusalém.
“Então Jerubaal, que é Gedeão…” (Livro de Juízes 7.1)
“Gedeão é inicialmente mencionado no seu combate à idolatria ao quebrar o altar a Baal e quebrar o poste à deusa Aserá. Na tradição bíblica, ele é assim recordado como tendo triunfado sobre os midianitas que costumavam atravessar o rio Jordão para saquear as produções agrícolas. Segundo a Bíblia, Gedeão organizou um pequeno exército de 300 soldados e atacou pela noite os midianitas perto de Ma’ayan Harod (fonte de Harode)” – informaram os arqueólogos.
Gravações dessa época são extremamente raras. Este achado, decifrado pelo perito em epigrafia Christopher Rolston, da Universidade George Washington, marca a primeira vez que se encontra o nome Jerubaal mencionado fora dos registos bíblicos.
Segundo os arqueólogos responsáveis pelas escavações, não pode haver certeza absoluta de que o nome encontrado na gravação corresponde ao juiz bíblico Jerubaal mencionado na Bíblia, mas mesmo que não o seja, este artefato traz luz ao período descrito.
“Seja qual for o caso, o nome Jerubaal era comum nos dias dos juízes bíblicos.”
“O nome Jerubaal só aparece na Bíblia no período dos juízes, no entanto foi agora também descoberto num contexto arqueológico, num estrato que data desse período. De forma semelhante, o nome Ishbaal, que é unicamente mencionado na Bíblia durante a monarquia do rei David, foi encontrado em estratos datando desse período na localidade de Khirbat Qeiyafa” – informaram os arqueólogos, acrescentando:
“O fato de nomes idênticos serem mencionados na Bíblia e também em gravações recuperadas em escavações arqueológicas demonstra que as memórias foram preservadas e passadas de geração em geração.”