Quando Girija foi morta no ataque de Páscoa na Igreja Sião no Sri Lanka, em 2019, poderia ter sido o fim da fé na família. Apesar dos constantes convites, o marido nunca foi à igreja com ela, e os filhos poderiam ter virado as costas para Deus, o culpando pela morte da mãe. Mas Deus tinha outros planos e dessa forma Girija deixou um legado de amor pelo Senhor. O colaborador de campo, Liyoni*, compartilha sobre a recente visita à família.
A caminhada de Girija com Deus começou com um milagre. Ela foi diagnosticada com um tumor no abdômen e precisou ir ao médico diversas vezes. Porém, o tratamento não estava fazendo efeito. Durante esse tempo, ela encontrou uma amiga que a convidou para ir à igreja. Lá, os cristãos impuseram as mãos sobre ela e oraram. Depois de muitos dias de oração, o tumor não foi mais encontrado e ela estava completamente curada.
Nos três anos seguintes, um amor profundo por Cristo cresceu em Girija. Ela experimentou o poder e bondade dele, e isso a fez ir para a igreja toda semana. Com o passar dos meses, Girija viu como Deus trabalhou em sua família. Os filhos começaram a acompanhá-la aos cultos e, todas as noites, às 23h, ela se sentava com a Bíblia e lia para a família. Mas o marido, Prashanth, não frequentava a igreja porque não podia faltar ao trabalho. Ele é analfabeto e trabalhava com trabalhos diários. Ainda assim, Girija orava fervorosamente para que o marido também pudesse experimentar o Cristo que ela tinha. “Venha para a igreja conosco”, ela implorava, mas ele nunca foi.
O dia do ataque
Prashanth recentemente falou sobre a noite antes da esposa morrer. “No sábado antes da Páscoa, foi o aniversário do nosso filho mais novo. Girija estava dançando naquele dia e ela não era alguém que geralmente dançava. Eu perguntei por que ela estava dançando e a resposta foi: ‘Porque vou morrer’. Eu disse a ela para não falar coisas sombrias enquanto celebrávamos. Mas talvez ela soubesse que aquelas eram suas horas finais.”
No domingo de Páscoa, dia 21 de abril de 2019, Girija mais uma vez pediu a Prashanth para ir à igreja com ela. E ele deu a resposta de sempre: “Você vai. Eu vou um dia”. Girija estava dentro da Igreja Sião com o filho de três anos no colo quando o homem-bomba conduziu o ataque. A explosão fez o prédio desabar, atirando estilhaços afiados que voaram e começaram o fogo. Em meio ao caos e pânico, a filha de 12 anos de Girija, Dukashini, a encontrou, caída no chão, com o irmão menor por perto, chorando. “Eu arrastei minha mãe e a encostei na parede. Achei que ela tivesse desmaiado, então joguei água no rosto dela, mas ela não acordou”, lembra.
Sem voltar para casa
Na semana seguinte, Girija ficou na UTI. Ela foi severamente ferida e os rins danificados. Três dias depois, Prashanth foi informado que a esposa também teve uma lesão cerebral. Ele ficou preocupado com os filhos. Quem tomaria conta deles? Tranquilizou-se com o pensamento de que a esposa se recuperaria e em breve voltaria para casa. Até lá, sua mãe cuidaria das crianças. “Ela não podia falar, mas movia as mãos, então acreditei que se recuperaria.”
Mas ela não se recuperou. Girija morreu em 29 de abril de 2019. Quando Girija foi para o Senhor, a realidade finalmente chegou a Prashanth: a esposa nunca mais voltaria para casa. (Essa história continua)
Um Com Eles
Para sermos efetivamente #UmComEles, neste mês convidamos você a promover um grande impacto e ajudar aqueles que seguem a Jesus custe o que custar ao doar para projetos de ajuda emergencial da Portas Abertas no Sri Lanka. O ataque ocorrido no domingo de Páscoa de 2019 foi considerado o maior e mais violento dos últimos tempos. Apesar disso, a pressão e trauma influenciaram de forma positiva a maneira de viver dos sobreviventes e familiares das vítimas. Eles perceberam que, mesmo em meio à tragédia, o Senhor continua fiel e no controle de todas as coisas. Sua doação pode fazer ainda mais diferença na vida dos cristãos vítimas de ataques durante a Páscoa.
*Nome alterado por segurança.