O conflito entre a população de Nagorno-Karabakh e o governo do Azerbaijão já se estende por quase um século.
Esse povo que vive em um enclave montanhoso foi anexado ao território da República Soviética do Azerbaijão em 1923. O grande problema é que a esmagadora maioria da população é de etnia armênia, o país vizinho, e não aceitou bem a anexação.
Muitos anos depois, em 1991, após o colapso da União Soviética e aproveitando o momento de instabilidade, um movimento separatista ganhou força na região de Nagorno-Karabakh. A população não queria ser parte e nem responder ao governo azerbaijano.
A situação escalou para um conflito armado que durou anos. Em 1994, com intermédio dos governos russo e armênio, um cessar-fogo foi alcançado. Entre as condições, Nagorno-Karabakh seguiria como um território azerbaijano, mas com um governo autônomo não reconhecido internacionalmente.
Dessa maneira essa população foi se criando e se desenvolvendo nos quase 30 anos seguintes.
Em 2020 o governo azerbaijano ordenou uma operação militar para tentar retomar posições dentro de Nagorno-Karabakh.
A ofensiva resultou na recuperação de algumas áreas por parte de Baku e enfraqueceu a região autônoma.
Em meados de setembro de 2023, uma nova operação, finalizada em menos de 24 horas, destruiu bases de operação e acabou com a resistência do governo separatista.
Desde então, mais da metade da população que vivia na região há anos abandonou suas casas em direção à Armênia.
Nesta segunda-feira (25), o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, em reunião com autoridades norte-americanas, afirmou haver em curso uma limpeza étnica contra armênios na região.
Já na quinta-feira (28), o presidente da autoproclamada República Armênia de Nagorno-Karabakh, Samvel Shahramanyan, anunciou que o governo autônomo será dissolvido a partir do dia 1° de janeiro de 2024.
Fonte: G1.