A viagem de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, a Taiwan nesta terça-feira (2) gerou um aumento nas tensões entre os EUA e a China.
Pequim disse considerar a possível visita uma provocação e prometeu fortes represálias aos Estados Unidos caso Pelosi vá à ilha.
Também nesta manhã, aviões de guerra chineses sobrevoam a linha que divide o Estreito de Taiwan.
Controvérsia no encontro com Taiwan
Em 1949, a China viveu a Revolução Comunista. As forças derrotadas da República da China recuaram para a ilha de Taiwan, e desde então afirmam que são um país separado.
A China considera a ilha, que conta com uma população de 24 milhões de habitantes, como uma de suas províncias históricas, mas não controla o território.
Um dia antes de iniciar a guerra na Ucrânia, o Ministério das Relações Exteriores da China disse que “Taiwan não é a Ucrânia e sempre foi uma parte inalienável da China.
Pequim se opõe a qualquer contato entre Taiwan e outros países. O governo da China aumentou a pressão militar e diplomática contra a ilha desde a eleição, em 2016, da presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, quem vem de um partido separatista.
Os desentendimentos entre China e EUA também aumentaram porque os americanos venderam armas a Taiwan.
Os EUA , como a maioria dos países, não reconhecem Taiwan oficialmente. No entanto, Washington apoia amplamente a ilha e muitas vezes elogia seu status “democrático”. Além disso, os EUA são seu maior fornecedor de armas.
Atualmente, Taiwan conta com amplo apoio do Congresso dos EUA, tanto que as ameaças de Pequim apenas levaram a pedidos para que Pelosi continuasse sua jornada.
Pelosi é a segunda pessoa na linha de sucessão de Joe Biden. Se ela visitar a ilha, será a figura mais importante da politica dos EUA no território desde 1997.
O que a China diz
Na segunda-feira, a China disse que está pronta para responder à visita da dignitária americana e nesta quarta-feira (27) repetiu que se opõe à viagem.
O porta-voz da diplomacia chinesa, Zhao Lijian, foi questionado durante uma entrevista coletiva sobre como a China iria reagir a um aumento da atividade militar dos EUA no caso de uma ida de Pelosi a Taiwan.
O que diz Biden
O próprio Biden afirmou no mês passado que os militares dos EUA consideram que o deslocamento da presidente da Câmara dos Representantes “não foi uma boa ideia”.
China se prepara para aumentar mandato de Xi Jinping
Xi Jinping, o presidente da China, se prepara para consolidar sua liderança em uma reunião do Partido Comunista prevista para o final do ano. Um telefonema entre ele e Joe Biden está programado para os próximos dias.
Os pontos de tensão entre Pequim e Washington se multiplicaram nos últimos anos: o Mar da China Meridional, influência crescente da China na região de Ásia-Pacífico, guerra na Ucrânia e também Taiwan.
Fonte: G1.