Apesar de concordar em princípio com o ingresso da Suécia e da Finlândia na OTAN, o presidente da Turquia garante que Ancara apenas o permitirá quando todas as condições forem cumpridas.
O acordo assinado entre Ancara, Estocolmo e Helsinque para permitir a adesão dos países nórdicos à OTAN não é a palavra final, a Suécia e a Finlândia têm de cumprir sua palavra, advertiu Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, citado na sexta-feira (1º) pelo canal turco NTV.
Na terça-feira (28) foi anunciado que a Suécia, a Finlândia e a Turquia chegaram a um acordo para permitir a adesão dos dois primeiros países ao bloco militar, com os três lados atingindo um compromisso. O memorando trilateral prevê que Estocolmo e Helsinque combatam todas as atividades ligadas ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo), proibido na Turquia, inclusive extraditando seus membros, e cancelem o embargo à indústria de defesa turca, prevendo ainda a cooperação entre os três lados.
“Isto deve ser conhecido: estas assinaturas não significam que o assunto esteja consumado […] Sem a aprovação de nosso parlamento, isto não entra em vigor, então não há necessidade de pressa”, relatou a NTV, que citou Erdogan.
“A bola está no campo deles agora. A Suécia e a Finlândia não são atualmente membros da OTAN”, apontou o chefe de Estado, acrescentando que, se os países nórdicos não extraditarem os indivíduos requeridos, “faremos o que for necessário através de nossas instituições e unidades”.
A Suécia e a Finlândia iniciaram o processo de adesão à Aliança Atlântica após o começo da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, que dizem ter alterado o ambiente de segurança na Europa, cujo processo a Turquia bloqueou inicialmente. Já Moscou cita a ameaça vinda do governo de Kiev e o “genocídio” perpetrado pelas forças ucranianas em Donbass.