O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse em 31 de janeiro que a Turquia iniciaria outra operação militar no norte da Síria se a situação na província de Idlib não fosse resolvida rapidamente.
“O desenvolvimento da situação na Síria é tão importante quanto o desenvolvimento dentro das próprias fronteiras da Turquia“, disse Erdogan em uma reunião com membros do Partido da Justiça e Desenvolvimento.
Essa medida seria tomada porque, de acordo com Erdogan, Damasco está violando o memorando, que encerrou a ofensiva de Ancara no norte da Síria em outubro passado.
“Não podemos permanecer calados em relação à situação na Síria e em Idlib”, disse o presidente turco, observando que as tropas de Damasco intensificaram os ataques em Idlib, violando o mencionado memorando russo-turco, que prevê zona desmilitarizada naquela província síria. “Assinamos um acordo com a Rússia, mas o regime [sírio] está violando”, disse o presidente turco.
“Para nós, esse problema é da maior importância. Temos [na Turquia] 3,6 milhões de refugiados da Síria e não podemos observar com indiferença como novas vagas de refugiados vão para nossas fronteiras“, explicou Erdogan.
Em resposta a essas declarações do líder turco, do Kremlin, eles enfatizaram na sexta-feira que a Rússia está respeitando tudo o que é fornecido no mencionado acordo. Ao mesmo tempo, o porta-voz presidencial Dmitri Peskov enfatizou que a situação na província de Idlib causa grande preocupação, pois os terroristas permanecem nessa área.
‘Fonte de paz’
A primeira ofensiva de Ancara no norte da Síria, chamada ‘Fonte da Paz’, foi lançada em 9 de outubro e terminou no dia 22 do mesmo mês, após a reunião do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, com seu colega turco. na cidade russa de Sochi.
Depois de terminar a reunião, o líder russo declarou que “a Síria deve ser libertada da presença militar estrangeira ilegal” e a integridade do país árabe “deve ser preservada”. Putin acrescentou que Ancara compartilha dessa abordagem e disse que Erdogan deu explicações detalhadas sobre os objetivos da operação “Fonte de Paz” no norte da Síria.
Ao mesmo tempo, o presidente russo disse que Moscou lida “com compressão” o desejo de Ancara de defender a segurança nacional e combater o terrorismo.