O presidente turco Recep Tayyip Erdogan disse na segunda-feira que a Assembleia Geral das Nações Unidas deve recomendar o uso da força se o Conselho de Segurança da ONU não conseguir impedir os ataques de Israel contra grupos terroristas em Gaza e no Líbano.
A Turquia, membro da OTAN, denunciou o ataque devastador de Israel em Gaza contra o grupo terrorista palestino Hamas e condenou seus recentes ataques no Líbano visando terroristas do Hezbollah. Ela interrompeu todo o comércio com Israel e solicitou a entrada em um caso no Tribunal Mundial acusando-o de genocídio, o que o estado judeu rejeita.
“A Assembleia Geral da ONU deve implementar rapidamente a autoridade para recomendar o uso da força, como fez com a resolução de 1950, Unindo-se pela Paz, se o Conselho de Segurança não puder mostrar a vontade necessária”, disse Erdogan após uma reunião de gabinete em Ancara.
A resolução diz que a Assembleia Geral da ONU pode intervir se divergências entre as cinco potências permanentes com poder de veto no Conselho de Segurança — Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Estados Unidos — significarem que elas não conseguem manter a paz internacional.
O Conselho de Segurança é o único órgão da ONU que normalmente pode tomar decisões juridicamente vinculativas, como autorizar o uso da força e impor sanções.
Erdogan também disse estar triste ao ver os países muçulmanos não assumirem uma postura mais ativa contra Israel, pedindo que tomem medidas econômicas, diplomáticas e políticas contra Israel para pressioná-lo a aceitar um cessar-fogo.
“Pela paz de todos em nossa região, de muçulmanos a judeus e cristãos, pedimos à comunidade internacional e ao mundo muçulmano que se mobilizem”, disse Erdogan, alegando que os ataques de Israel teriam como alvo outros países muçulmanos se não fossem interrompidos em breve.
Os ataques crescentes de Israel contra alvos do Hezbollah no Líbano nas últimas semanas ocorrem após um ano de ataques quase diários com foguetes e drones da organização terrorista em direção ao norte de Israel, o que forçou dezenas de milhares de moradores a evacuar.
Os recentes ataques aéreos mataram a grande maioria dos principais líderes do Hezbollah, incluindo o líder da organização, Hassan Nasrallah, no fim de semana.
Desde os massacres do Hamas em 7 de outubro no sul de Israel, Erdogan frequentemente critica a nação por sua conduta na guerra, acusando-a repetidamente de genocídio e comparando-a à Alemanha nazista, ao mesmo tempo em que se refere ao Hamas como combatentes pela liberdade e hospeda seus líderes em Ancara.