A Espanha reconhecerá a condição de Estado palestino até julho, disse o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, aos jornalistas durante uma viagem ao Oriente Médio, de acordo com vários relatórios publicados na terça-feira na mídia espanhola.
A agência de notícias estatal EFE e os jornais El Pais e La Vanguardia citaram Sanchez como tendo feito os comentários informais à imprensa itinerante na noite de segunda-feira na capital jordaniana, Amã, no primeiro dia de visitas à Jordânia, Catar e Arábia Saudita.
De acordo com os relatórios, Sanchez disse esperar que os acontecimentos no conflito se desenrolassem antes das eleições para o Parlamento Europeu, no início de Junho, e destacou os debates em curso nas Nações Unidas.
Ele esperava que a Espanha estendesse o reconhecimento aos palestinos até julho, disse ele, acrescentando acreditar que em breve haveria uma “massa crítica” dentro da União Europeia para pressionar vários Estados-membros a adotarem a mesma posição, segundo a EFE.
A declaração de Sanchez ocorre no momento em que Riyad Mansour, enviado da Autoridade Palestina à ONU, disse à Reuters na segunda-feira que a Autoridade Palestina planejava solicitar adesão plena à ONU no Conselho de Segurança do órgão, onde os Estados Unidos, forte aliado de Israel, têm poder de veto. Um pedido de adesão plena da AP em 2011 ainda estava pendente porque o conselho de 15 membros nunca tomou uma decisão formal, disse Mansour à Reuters.
Malta é presidente do Conselho de Segurança em abril. A embaixadora de Malta na ONU, Vanessa Frazier, disse que ainda não recebeu um pedido formal de ação da AP.
Malta, juntamente com a Eslovénia e a Irlanda, foi afirmado por Sánchez numa reunião do Conselho Europeu de 22 de Março como tendo concordado em “dar os primeiros passos” no sentido do reconhecimento da condição de Estado declarada pelos palestinianos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza controladas por Israel. Na época, Sánchez disse esperar que o reconhecimento acontecesse durante a atual legislatura de quatro anos, iniciada em 2023.
Posteriormente, Israel acusou os quatro países de oferecerem um “prémio pelo terrorismo” que reduziria as hipóteses de uma resolução negociada para o conflito de Gaza.
Os estados árabes e a UE concordaram numa reunião em Espanha, em Novembro, que uma solução de dois Estados, estabelecendo um Estado palestiniano independente, era a solução para o conflito israelo-palestiniano.
Desde 1988, 139 dos 193 estados membros da ONU reconheceram a condição de Estado palestino.