O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, alertou a Venezuela, nesta quinta-feira 27, de que um “ataque” contra sua vizinha Guiana no contexto de sua disputa territorial por uma região rica em petróleo “não terminaria bem” e insinuou o uso de força militar.
Rubio, em viagem pelo Caribe, visita Georgetown para dar apoio à Guiana diante das reivindicações da Venezuela sobre o Essequibo, área de 160 mil km² que representa dois terços do território guianês. A centenária disputa fronteiriça se intensificou quando a gigante americana ExxonMobil descobriu, há uma década, vastos depósitos de petróleo em suas águas.
“Se atacassem a Guiana ou a ExxonMobil seria um dia muito ruim, uma semana muito ruim para eles. Não terminaria bem”, afirmou o alto funcionário americano em uma coletiva de imprensa.
“Tenho plena confiança em dizer isso como secretário de Estado: haverá consequências pelo ‘aventurismo’, haverá consequências por ações agressivas”, declarou Rubio.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, respondeu chamando Rubio de “imbecil”.
“A Venezuela não é ameaçada por ninguém, porque esta é a pátria dos libertadores, esta é a pátria de Bolívar, imbecil”, declarou Maduro durante um ato oficial.
Com os projetos lançados pela ExxonMobil na Guiana, o pequeno país sul-americano de 800 mil habitantes e de língua inglesa está prestes a se tornar o maior produtor de petróleo per capita, à frente de Catar e Kuwait.
Embora tenha evitado sugerir uma resposta militar dos Estados Unidos, Rubio advertiu: “Temos uma Marinha grande e ela pode chegar praticamente a qualquer lugar”.
O chefe da diplomacia americana assinou um memorando de entendimento para impulsionar a cooperação em matéria de segurança entre Estados Unidos e Guiana. Os dois países concordaram anteriormente em realizar patrulhas marítimas conjuntas.
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, comemorou o apoio de Rubio: “Estou muito satisfeito com a garantia dos Estados Unidos de salvaguardar nossa integridade territorial e soberania”.
Mais tarde, ainda nesta quinta-feira, Rubio fará uma parada em outro vizinho da Guiana, o Suriname, cuja própria produção de petróleo está aumentando.
Fonte: AFP.