O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos informou nesta terça-feira (25) que os americanos devem se preparar para a chegada do novo coronavírus ao país. “Estamos pedindo para os americanos se prepararem para a expectativa de que pode ser ruim”, disse um oficial do CDC.
“A questão não é se o coronavírus vai chegar aos Estados Unidos, mas quando”, declarou a diretora do Centro Nacional de Imunização e Doenças Respiratórias do CDC, Nancy Messonnier.
Ela disse que as autoridades de saúde pública não têm ideia se a propagação da doença nos Estados Unidos é leve ou grave, mas que os americanos devem estar prontos para uma perturbação significativa em suas vidas diárias.
O secretário de Saúde Alex M. Azar disse ao Senado que “é um desafio mundial à saúde sem precedentes e potencialmente grave”.
Segundo ele, os departamentos de saúde federais e locais precisarão de até 300 milhões de máscaras para profissionais de saúde e ventiladores adicionais para hospitais se prepararem para um grande surto de coronavírus.
“Não podemos hermeticamente isolar os Estados Unidos de um vírus”, disse Azar. “E precisamos ser realistas sobre isso.”
O presidente norte-americano Donald Trump disse nesta terça-feira em entrevista coletiva na Índia que os Estados Unidos são capazes de se proteger contra a propagação do coronavírus. “Acho que toda a situação começará a dar certo”, disse.
Na segunda-feira, o governo Trump solicitou a liberação de US$ 2,5 bilhões ao Congresso para impedir a propagação do vírus – US$ 1,25 bilhão para novos fundos de emergência e desvio de outros US$ 1,25 bilhão de outros programas federais.
Casos nos EUA e no mundo
Os últimos números oficiais mostram que existem 53 casos confirmados de Covid-19 nos EUA, dos quais 36 correspondem a passageiros do cruzeiro Diamond Princess, que foi ancorado no Japão e repatriado na semana passada.
Enquanto isso, a China, o epicentro da doença, tem agora mais de 77 mil casos e mais de 2,6 mil mortes, enquanto o número de infecções e mortes continua subindo em outros países, com destaque para as situações de Coreia do Sul, Irã e Itália.
O Brasil ainda não teve casos confirmados. Até a última atualização do Ministério da Saúde, na segunda-feira (24), quatro casos estavam sendo monitorados como suspeitos para o novo coronavírus: três em São Paulo e um no Rio de Janeiro.
OMC descarta pandemia
Os mais de 80 mil casos a nível mundial levaram a Organização Mundial de Saúde (OMS) a classificar o surto de Covid-19 como “emergência internacional”, descartando pandemia. O CDC diz que a doença está se espalhando e evoluindo rapidamente, tornando inevitável que ela se espalhe pelo território americano.
Além disso, o centro recomendou que seja feito um planejamento porque a esperada propagação por todo o país culminará com perturbações significativas na vida cotidiana devido, por exemplo, ao fechamento de escolas e creches.
Nancy Messonnier afirmou aos repórteres que ela própria se sentou com a sua família hoje cedo para discutir medidas de prevenção e como estar preparada caso as escolas não funcionem.
Em uma tentativa de aliviar a situação, o Centro Médico da Universidade de Nebraska (UNMC) iniciou testes clínicos para avaliar a segurança e eficácia de um antiviral em adultos hospitalizados após terem sido diagnosticado com Covid-19, informou terça-feira o Instituto Nacional de Saúde.
O primeiro paciente neste primeiro teste é um homem que foi repatriado após ser colocado em quarentena no Diamond Princess e se voluntariou para participar do estudo.
Do número total de casos de coronavírus nos EUA, além dos 36 que estavam a bordo do cruzeiro, outros três também foram repatriados, mas neste caso da província chinesa de Wuhan, o epicentro da epidemia.
Os 14 casos restantes correspondem a pessoas diagnosticadas em solo americano, oito dos quais foram identificados na Califórnia e duas em Illinois. Massachusetts, Arizona, Wisconsin e Washington State têm, cada um, um caso.
Entre todos esses relatos houve dois casos de infecção local, um na Califórnia e outro em Illinois.
Fonte: G1.