As Forças Armadas dos EUA estão explorando a possibilidade de enviar militares para três novos locais na Arábia Saudita, no contexto de tensões crescentes com o Irã, relata a AP. São elas a infraestrutura portuária da cidade de Yanbu (na costa do Mar Vermelho) e as bases aéreas King Faisal (em Tabuk, perto da fronteira com a Jordânia) e King Fahd (em Taif, localizada no sudoeste do país).
Bill Urban, porta-voz do Comando Central e capitão da Marinha dos Estados Unidos, lembrou que a avaliação dos locais vem sendo realizada há mais de um ano e foi motivada pelos ataques com drones e mísseis sofridos pela infraestrutura da indústria petrolífera saudita em setembro 2019.
“Estas são medidas de planejamento militar prudentes que permitem acesso temporário ou condicional às instalações em caso de ‘contingência’ e não são de forma alguma provocativas ou constituem uma expansão da presença dos EUA na região mais ampla, ou no reino. Da Arábia Saudita. em particular”, sublinhou Urban.
Esses locais poderiam fazer parte de um novo sistema de logística projetado para evitar ‘pontos de estrangulamento’ marítimos, explicou Becca Wasser, analista do Centro para uma Nova Segurança Americana (CNAS), um instituto de pesquisa com sede em Washington. DC “Se estivermos tentando para termos uma postura flexível para não ficarmos amarrados a bases permanentes, […] temos que cumprir esse objetivo com [a criação de] uma rede logística que possa garantir o transporte de pessoal e armas para onde for necessário”, disse Wasser.
Frank McKenzie, comandante do Comando Central dos EUA e general do Corpo de Fuzileiros Navais, viajou para a cidade de Yanbu na segunda-feira para realizar uma inspeção nas instalações. Em declarações à mídia, ele destacou que “em qualquer cenário de conflito armado com o Irã, o Golfo Pérsico se tornaria águas disputadas, e por isso é necessário definir os locais para movimentar suas forças; […] Mar Vermelho, o [A parte ocidental da Península Arábica oferece essas oportunidades.”
Por sua vez, Alireza Miryousefi, porta-voz da missão do Irã na ONU, criticou a medida, chamando a presença de tropas estrangeiras no Oriente Médio como uma das principais causas de insegurança na região. “Qualquer ‘contingência’ de conflito com o Irã só faria sentido se outro país tivesse a intenção de atacar o Irã, e estamos determinados a nos defender se eles nos atacarem”, disse ele.