As autoridades sanitárias informam que o fungo Candida auris é um “patógeno emergente preocupante” pois pode causar “infecções graves” e ser resistente aos medicamentos antifúngicos habituais.
Em um hospital de Oregon, está sendo investigado um surto de infecção por Candida auris, um fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde.
O Candida auris provoca uma infecção fúngica grave que muitas vezes é resistente a múltiplos medicamentos antifúngicos.
Em um comunicado emitido na terça-feira (29), a Autoridade de Saúde de Oregon (OHA, na sigla em inglês) informou que três pacientes deram positivo para este fungo no hospital Salem Health.
O primeiro caso foi detectado no dia 11 de dezembro em um homem e seu diagnóstico foi confirmado seis dias depois.
Os outros indivíduos foram identificados nos dias 23 e 27 de dezembro e contraíram a infecção enquanto hospitalizados, por “vínculos epidemiológicos com o primeiro caso”.
“Felizmente, o microrganismo que enfrentamos neste surto parece responder aos tratamentos existentes”, assegurou a doutora Rebecca Pierce, da OHA.
Jasmin Chaudhary, diretora clínica de prevenção de infecções no Salem Health, assegurou que estão sendo tomadas medidas de erradicação agressivas, que estão funcionando em outras instituições de saúde, para prevenir a propagação do fungo.
“O Candida auris é um patógeno emergente preocupante porque pode causar infecções graves, particularmente em pessoas com problemas médicos sérios, e pode ser resistente aos medicamentos antifúngicos”, observou Pierce.
Este microrganismo se propaga em ambientes hospitalares e afeta pacientes que estiveram internados por longos períodos ou com doenças que comprometem seu sistema imune, em especial, os que permanecem com cateteres venosos ou estão entubados, já que têm um maior risco de infecção e complicações graves.
A possibilidade de contágio entre pessoas saudáveis, incluindo o pessoal da saúde, é extremamente baixo.
O fungo pode ingressar na corrente sanguínea de uma pessoa e se disseminar por todo seu organismo, causando infecções invasivas graves com até 40% de mortalidade hospitalar.
O Candida auris é difícil identificar com os métodos de laboratório padrão e requer procedimentos específicos, já que pode ser confundido com outras espécies de organismos eucariotos e conduzir a um tratamento inadequado, declaram os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças.
O fungo foi descoberto pela primeira vez em 2009 em um paciente no Japão. Rapidamente, espalhou-se por diversos países e surgiu nos três continentes quase ao mesmo tempo. Desde 2013, foram identificados mais de 1.150 casos clínicos nos EUA.