Serviço Aéreo Especial (SAS, na sigla em inglês) e Força Delta fazem parte de “guerra secreta”, disse uma fonte da inteligência francesa ao jornal Le Figaro.
Forças especiais de elite do Reino Unido e dos EUA estão presentes na Ucrânia desde o início das hostilidades com a Rússia no final de fevereiro, disse uma fonte da comunidade de inteligência francesa a um repórter do Le Figaro na semana passada.
A afirmação foi relatada pelo correspondente internacional sênior do jornal Georges Malbrunot no sábado (9), dia em que o primeiro-ministro britânico Boris Johnson fez sua visita surpresa a Kiev. O líder britânico teria sido cercado por guardas da força de elite SAS, embora essa afirmação não tenha sido oficialmente confirmada.
As unidades do SAS “estão presentes na Ucrânia desde o início da guerra, assim como [sic] os Deltas americanos”, twittou Malbrunot citando uma fonte de inteligência francesa. Ele acrescentou que, segundo a fonte, a Rússia estava bem ciente da “guerra secreta” travada contra suas tropas por comandos estrangeiros. Le Figaro incluiu o relato da fonte em suas atualizações sobre a Ucrânia.
O Reino Unido e os EUA estão entre os apoiadores militares mais ativos de Kiev. Johnson teria instado pessoalmente seu colega ucraniano Vladimir Zelensky a continuar lutando contra a Rússia e não se contentar com a paz até que melhores termos sejam oferecidos.
O consenso pró-combate no Ocidente foi aparentemente confirmado na semana passada pelo chefe de política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, que disse no sábado que a “guerra será vencida no campo de batalha“, já que ele também estava visitando Kiev.
A mídia britânica informou anteriormente que dezenas de soldados “aposentados” do SAS haviam ido ou planejado ir para a Ucrânia para contribuir com sua experiência em reconhecimento e guerra antitanque para a causa de Kiev. Seus serviços foram supostamente pagos por “um país da Europa, ainda não nomeado, por meio de uma empresa militar privada” e não pelo governo britânico, de acordo com o tabloide britânico Daily Mirror.
Os militares russos relataram ações contra o que descreveram como “mercenários” lutando pela Ucrânia em várias ocasiões. Um dos casos recentes foi no sábado, enquanto Johnson e Borell estavam em Kiev.
O Ministério da Defesa russo disse que Kiev tentou usar um navio civil em sua mais recente tentativa fracassada de evacuar pessoal de alto valor da cidade portuária de Mariupol, que viu alguns dos combates mais intensos durante o conflito. Os indivíduos destinados à evacuação foram identificados como líderes do batalhão ultranacionalista Azov e mercenários estrangeiros. Há relatos não confirmados de que centenas de estrangeiros podem estar bloqueados em Mariupol, juntamente com vários milhares de soldados do Batalhão Azov.
Os EUA e o Reino Unido declararam publicamente que não tinham planos de envolver suas tropas nos combates na Ucrânia. Ambos são grandes fornecedores de armas para Kiev e estavam treinando soldados na Ucrânia antes da ofensiva russa. Os especialistas teriam sido retirados do país no período que antecedeu as hostilidades.
O Ministério da Defesa da Grã-Bretanha proibiu membros do serviço ativo de viajar para a Ucrânia no início de março, dizendo que violar a regra pode resultar em processo judicial. Kiev convocou voluntários no exterior para se juntarem às fileiras de sua recém-criada “legião estrangeira” após o ataque russo.
A Rússia lançou uma operação especial militar na Ucrânia no final de fevereiro, após o fracasso de Kiev em implementar os termos dos acordos de Minsk assinados em 2014 e o posterior reconhecimento pela Rússia das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk. O Protocolo de Minsk, intermediado pela Alemanha e pela França, foi projetado para dar às regiões independentistas um status especial dentro do Estado ucraniano.
Desde então, a Rússia exigiu que a Ucrânia se declarasse oficialmente um país neutro que nunca se juntaria ao bloco militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) liderado pelos EUA.