O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, notificou o Congresso dos Estados Unidos nesta quarta-feira (27) que o governo de Donald Trump não mais considera Hong Kong um território autônomo da China.
Na prática, isso significa que os EUA podem retirar o status de comércio preferencial dado a Hong Kong em 1997, quando o território passou de controle do Reino Unido para a China com alguma autonomia política.
A medida foi tomada após a China endurecer o posicionamento sobre Hong Kong, o que permitiria inclusive a prisão e deportação de dissidentes do regime que estiverem no território — o que tem gerado protestos de opositores ao governo de Xi Jinping.
“A decisão desastrosa de Pequim é só a última em uma série de ações para destruir fundamentalmente a autonomia e as liberdades de Hong Kong, além de desrespeitar as promessas feitas pela própria China à população de Hong Kong”, disse Pompeo.
Tensão em Hong Kong
O Partido Comunista Chinês deixou claro na sexta-feira que a lei de segurança nacional tem como objetivo sufocar o movimento pró-democracia. “Temos que tomar medidas poderosas para prevenir, prender e punir legalmente”, disse o vice-presidente do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo (CNP), Wang Chen, referindo-se às forças “antichinesas”.
O artigo 23 da Lei Básica de Hong Kong, uma espécie de mini constituição, estabelece que o território deve promulgar uma lei que proíba “traição, secessão, sedição e subversão” contra o governo chinês – o que abre caminho para fortalecer mecanismos de fiscalização chinês na região. Porém, essa cláusula nunca foi implementada.
A polícia de Hong Kong usou spray de pimenta para dispersar uma centena de manifestantes pró-democracia em um bairro comercial do território semiautônomo, durante protesto nesta quarta. Pelo menos 16 pessoas foram presas, de acordo com a agência de notícias Associated Press.
Fonte: G1.