O assassinato do general Qassem Soleimani pelas forças dos EUA tem agravado significativamente as relações entre Teerã e Washington, uma vez que ele era uma figura importante com influência que se estendia muito para além do campo militar.
No seu país Soleimani era visto como uma representação de qualidades humanas proeminentes e vontade firme na luta contra o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países).
Esmail Ghaani, comandante da força Quds do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) e sucessor de Soleimani, diz que o Irã continua determinado a retaliar pela morte de Soleimani e que a “base para a vingança dura” viria do interior.
“Não precisamos estar presentes como supervisores em todos os lugares onde seja necessário nos vingamos contra os americanos com a ajuda de pessoas do seu lado e dentro de suas próprias casas sem a nossa presença”, disse Ghaani citado pela agência Tasnim.
Ghaani apelou aos EUA para que ajam de forma “sábia” e processem aqueles que participaram do assassinato do general antes que os “filhos da Frente de Resistência tomem o assunto em suas próprias mãos e se vinguem dos americanos por eles mesmos”.
Neste sábado (8), as autoridades iranianas impuseram sanções a 51 cidadãos americanos envolvidos na operação. Todos eles teriam participado “na tomada de decisão, planejamento, organização, financiamento, apoio, bem como na liderança ou implementação do ato terrorista”.
Entre as autoridades estão Mark Milley, presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA, o chefe do Comando Central dos EUA (CENTCOM, na sigla em inglês) Kenneth F. McKenzie Jr. e o antigo conselheiro de Segurança Nacional Robert C. O’Brien.
Qassem Soleimani e Abu Mahdi al-Muhandis, vice-comandante das Forças de Mobilização Popular iraquianas, foram mortos em um ataque de drone dos EUA perto do Aeroporto Internacional de Bagdá em 3 de janeiro de 2020.