Depois de duas décadas, os Estados Unidos reativaram uma antiga base naval em Porto Rico em meio ao aumento das tensões na América Latina.
A base fica a 48 quilômetros de San Juan, capital do território, e em um ambiente estratégico no Mar do Caribe.
A estação está sendo usada desde setembro, abrigando destroieres com mísseis guiados, soldados e aviões. Um dos aviões é chamado de AC-130J GhostRider, que é fortemente armado e pode fornecer apoio aéreo a tropas terrestres em possíveis incursões.
Até o momento, os americanos já deslocaram 10 mil soldados para a região, com cerca de 4.500 fuzileiros navais, além de enviar o maior porta-aviões do mundo ao local.
A estrutura é um apoio aos ataques de Trump contra embarcações que supostamente carregam drogas em direção aos Estados Unidos.
Nos últimos meses, os Estados Unidos realizaram mais de 15 bombardeios contra navios suspeitos de traficar drogas no Caribe e no oceano Pacífico. Ao menos 61 pessoas foram mortas nessas operações.
Os bombardeios foram fortemente criticados pela ONU (Organização das Nações Unidas). Nesta sexta-feira (31), as Nações Unidas afirmaram que o movimento é “inaceitável” e representa uma violação dos direitos humanos, especialmente pelo alto número de mortos.
Segundo o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, as operações contra o tráfico de drogas “precisam aderir aos padrões internacionais, incluindo limites ao uso letal da força”.
“É claro para nós que os problemas relacionados ao crime organizado e ao tráfico de drogas são uma ameaça séria aos Estados-membros e às comunidades ao redor do mundo. Mas combater isso requer cooperação internacional”, disse Dujarric em entrevista coletiva.
Senadores republicanos e democratas do Comitê de Serviços Armados do Senado também criticaram os ataques e pediram justificativas legais para as operações contra os navios à Casa Branca. Mas, em comunicado, disseram que não obtiveram qualquer resposta da administração.
A movimentação militar no Caribe também é motivo de tensão com o governo da Venezuela. Segundo o Wall Street Journal, os Estados Unidos consideram atacar alvos militares dentro do território do país.
Trump acusa o presidente Nicolás Maduro de chefiar um cartel, mas negou qualquer intenção de realizar ataques internos na Venezuela, dizendo que não há nenhuma decisão tomada sobre o tema.
Fonte: CNN.
