O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, declarou na coletiva de imprensa concedida após a Conferência de Segurança de Munique que os EUA estariam se preparando para instalar mísseis antes proibidos pelo Acordo INF em territórios da Europa e Ásia e em ilhas no oceano Pacífico.
Moscou havia solicitado aos EUA que evitassem instalar mísseis dessas categorias próximo às fronteiras russas, após Washington ter se retirado do Tratado INF, que proibia o desenvolvimento e instalação de mísseis de curto e médio alcance.
Moscou acredita que o fim do acordo levaria à “degradação” do sistema internacional de controle de armamentos.
Apesar do alerta, o chanceler russo relatou ter discutido com o seu homólogo norte-americano, Mike Pompeo, sobre o regime internacional de controle de armas. Para Lavrov, existem mudanças construtivas na posição dos EUA sobre o tema.
“Claro, nós iremos discutir esses assuntos com a França, mas para que cheguemos a um acordo detalhado, precisamos de negociações multilaterais, de consultas multilaterais, que, claro, incluiriam os EUA – que destruíram o Tratado [INF] e agora estão se preparando para instalar essas armas, que eram proibidas, na Europa e também na Ásia – e eles não escondem isso”, disse o ministro.
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a sua decisão de se retirar do acordo INF em 2 de fevereiro de 2019. Washington alegou que Moscou teria violado o acordo, assinado em 1987. A Rússia negou as acusações, apesar de ter expressado suspeitas similares em relação ao cumprimento do acordo por parte de Washington.
Após os EUA saírem do tratado em agosto, o Pentágono testou imediatamente um novo míssil de alcance intermediário, o que poderia indicar que os EUA teriam desenvolvido essa classe de armamentos antes mesmo de se retirarem do acordo.
O acordo INF, assinado entre os EUA e a URSS no final da Guerra Fria, no ano de 1987, proibia ambas as partes de possuir ou desenvolver mísseis terrestres com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros. O acordo era considerado um dos pilares da estabilidade estratégica e da segurança global.
Fonte: Sputnik.